Banhistas podem ser multados ao colocarem chapéu-de-sol à frente de zonas alugadas

| País
Porto Canal / Agências

Lisboa, 07 ago (Lusa) -- Os banhistas que frequentam as praias portuguesas podem ser multados por uso indevido da zona balnear caso coloquem o chapéu-de-sol à frente da zona alugada pelos concessionários, disse hoje à Lusa o porta-voz da Autoridade Marítima Nacional (AMN).

Segundo o comandante Nuno Leitão, "têm existido algumas dúvidas relativamente ao uso da zona balnear", sendo que as praias portuguesas, "de acordo com a legislação que está em vigor, são ordenadas com a tipificação de vários tipos de utentes de praia, nomeadamente as pessoas que levam o seu chapéu-de-sol e que têm uma zona específica para o colocar ou as pessoas que querem alugar um chapéu-de-sol", colocado num espaço que o concessionário licenciou com esse objetivo.

"Não faz sentido em zonas de chapéu-de-sol alugados pelo concessionário que seja autorizada a colocação de chapéu-de-sol por particulares [...] e, nesse sentido, compete à Autoridade Marítima local, nomeadamente à Polícia Marítima, garantir o uso correto do espaço balnear por parte dos utentes de praia", defendeu o comandante.

Quanto aos concessionários, "podem ocupar 30% do espaço disponível de areal para colocação de chapéus para alugar, não excedendo 50% da frente de praia", referiu o responsável da AMN.

Em frente à zona de aluguer de chapéu-de-sol, os banhistas podem colocar a sua toalha e estarem deitados na areia, desde que não estejam em áreas que tenham sombra do "colmo alugado pelos outros utentes de praia", uma vez que não podem colocar o chapéu-de-sol nessa zona, explicou.

De acordo com o comandante Nuno Leitão, os banhistas podem ser autuados "se não acatarem as instruções das respetivas autoridades marítimas locais".

Ainda assim, segundo a AMN, não existe, até ao momento, registo de utentes das praias portuguesa alvo de multa.

A colocação de chapéu-de-sol por parte dos banhistas à frente das zonas concessionadas pode ser também "um fator de risco, porque aquilo que é autorizado é a colocação desses chapéus na primeira linha de segurança em que a maré, eventualmente, não irá chegar".

Em relação à segurança das praias portuguesas, a responsabilidade pertence aos concessionários, garantindo "a vigilância numa forma de equidade, tanto para as pessoas que estejam com chapéu-de-sol particulares como as que aluguem um chapéu-de-sol".

Conforme o decreto regulamentar n.º 16/2008, "o posto de praia do nadador-salvador deve ser colocado a meio da unidade balnear", de forma a permitir a vigilância de todos os utentes da praia.

Aprovado hoje em Diário da Republica, o decreto-lei n.º 121/2014 refere que "fora do período da época balnear, e mesmo que se verifique o funcionamento de concessões balneares, não há obrigatoriedade de se proceder à análise de qualidade das águas balneares, nem pende sobre o concessionário de praia qualquer obrigação de assegurar a vigilância da praia e ou a existência de meios de salvamento e assistência a banhistas".

No entanto, acrescenta, é "obrigatória a informação ao público, através da instalação de sinalização adequada no apoio de praia acerca da ausência daqueles.".

Questionado sobre a semiprivatização das praias portuguesas, Nuno Leitão afirmou que as praias são de uso público, mas o uso público tem a ver com o ordenamento da própria praia: "Não faz sentido, estando nestes dois grandes públicos-alvo, haver a conflitualidade dos espaços e por isso é que as praias têm o seu ordenamento".

"Não há qualquer tipo de privatização de praias, nem há qualquer tipo de intenção de alterar aquilo que é a moldura jurídica aplicada aos espaços de jurisdição marítima", reforçou o porta-voz da AMN.

SYSM // ROC

Lusa/fim

+ notícias: País

Calor está de regresso e com temperaturas recorde para este ano

As temperaturas máximas vão subir a partir de terça-feira, prevendo-se máximas que podem ultrapassar os 30 graus em alguns locais de Portugal continental, disse à agência Lusa o meteorologista Pedro Sousa.

GNR e PSP aplicaram 90 contraordenações após fiscalizarem 43 bares noturnos

A GNR e a PSP fiscalizaram no fim de semana 43 estabelecimentos de diversão noturna que resultou na aplicação de 90 autos de contraordenação, refere um comunicado conjunto das duas forças de segurança.

Seis artistas portuguesas distinguidas em prémios internacionais

Os Prémios Internacionais de Música Portuguesa (IPMA, na sigla em inglês), que decorreram na madrugada deste domingo na cidade norte-americana de Providence, distinguiram seis artistas portugueses, incluindo Cláudia Pascoal, Filipa Biscaia e Noa Rangel.