Risco de colapso de praceta em Gaia revolta comerciantes e moradores
Maria Silva
A praceta Alferes Pereira, em Vila Nova de Gaia, foi encerrada a 18 de novembro. A decisão, motivada pelo risco de colapso, foi tomada “sem aviso prévio”, dizem moradores e comerciantes que temem pela “sobrevivência dos negócios” e pelo acesso a veículos de emergência.
Em declarações ao Porto Canal, comerciantes e moradores afirmam que ninguém foi avisado da eminência deste encerramento. Do dia para a noite, uma faixa foi colocada numa das entradas da praceta, abertura por onde, até então, circulavam carros de moradores, lojistas, clientes e também alguns pais de crianças que frequentam a escola vizinha. Na mesma, é possível ler: “Devido ao risco de colapso, a praceta será encerrada pelo período de 24 meses. Viaturas sujeitas a reboque”.
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“Ter esta faixa a dizer que existe risco de colapso leva a um misto de sentimentos. De angústia, por causa do meu negócio que é afetado, e de medo porque colapso é uma palavra muito forte, ou seja, envolve risco de vida”, afirma Marisa Oliveira que gere um salão de cabeleireiro há cinco anos nesta praceta. “Eu própria venho trabalhar com receio, sempre naquela situação “será que é desta que vou?”, admite a cabeleireira.
Célia Brandão é moradora há já 25 anos e foi em 2013, quando recorreu a algumas atas do condomínio, que descobriu que “a propriedade horizontal do prédio refere que a praceta é o teto das garagens”.
“O perigo está visível. A praceta é o teto da garagem e eu já cheguei a contar mais de 70 carros aqui em cima, por isso espero mesmo que agora que está fechada mais uma vez, que sejam feitas obras a sério”, critica Célia Brandão.
Ondina Paiva, outra moradora, conta ao Porto Canal que a praça já esteve fechada mais do que uma vez. “As pessoas têm todo o direito em estar revoltadas porque já disseram que faziam mil coisas aqui e nunca fizeram nada”, afirma. Refere ainda que tem bastante medo do que possa acontecer e “antes que haja uma desgraça, fizeram bem em encerrar a praceta”.
Ao Porto Canal, a cabeleireira conta também que esta situação não é única, uma vez que a praceta também foi encerrada há cerca de quatro anos, embora não tenham sido realizadas nenhumas obras nesse período de encerramento.