Câmara de Vila Nova de Cerveira recusa hotel no castelo e quer reverter concessão

Câmara de Vila Nova de Cerveira recusa hotel no castelo e quer reverter concessão
| Norte
Porto Canal/Agências

O presidente da Câmara de Vila Nova de Cerveira quer reverter a concessão do castelo que prevê a reconversão em hotel, procurando através de um projeto europeu novas soluções para o futuro do imóvel do XIII, foi esta sexta-feira divulgado.

Questionado pela agência Lusa, a propósito de uma nota de imprensa hoje enviada pela autarquia do distrito de Viana do Castelo, Rui Teixeira afirmou que o atual executivo municipal, de maioria socialista, “não quer que o 'ex-líbris' do concelho seja transformado em hotel, até porque existem atualmente três projetos privados” na área do alojamento e hotelaria.

Em outubro de 2019, a secretaria de Estado do Turismo anunciou a reabertura, em 2021, do castelo de Vila Nova de Cerveira transformado em hotel de quatro estrelas, num investimento estimado em cerca de três milhões de euros.

Na altura, em comunicado, a secretaria de Estado do Turismo explicou que a intervenção no imóvel foi adjudicada à empresa Eurico da Fonseca, a mesma que desenvolveu o projeto do Palácio de São Bento da Vitória, no Porto, vencedora o concurso do programa governamental Revive.

Passados dois anos, o autarca socialista Rui Teixeira realçou que a intervenção ainda não começou e que “está a terminar o prazo para o seu início”. Estou confiante na reversão da concessão. Espero no início de 2024 concretizar esse objetivo”, afirmou.

Em causa está o castelo com origens no século XIII, mandado construir pelo rei Dom Dinis, classificado como monumento nacional e onde, até finais de 2008, funcionou a pousada com o mesmo nome.

Enquanto Pousada de Portugal, integrava o grupo Pestana, que a encerrou a pretexto de obras de reabilitação.

Desde então, os sucessivos executivos municipais têm tentado ultrapassar o impasse face a várias manifestações de interesse de promotores privados e como forma também de travar o estado de degradação do imóvel com mais de 700 anos de história.

“Quando foi assinado o contrato de concessão, em dezembro de 2019, o investidor tinha dois anos para iniciar a intervenção. Em 2021, o prazo foi prorrogado por mais dois anos e não foi iniciada”, explicou Rui Teixeira.

Na nota hoje enviada às redações, a autarquia de Vila Nova de Cerveira adiantou que, na terça-feira, uma perita internacional do programa URBACT, Ileana Toscano, visitou o Castelo de Vila Nova de Cerveira “para definir uma metodologia participativa que contribua para aproximar este património dissonante da comunidade cerveirense”.

“Chamar a população e as várias entidades locais a pronunciarem-se sobre o estado atual e a visão futura deste 'ex-líbris' do concelho é o desafio proposto”, sublinha a nota. A visita da perita a Cerveira decorre da participação do município no projeto ARCHETHICS (Architecture, Citizenship, History and Ethics to shape Dissonant Heritage in European cities.

Ileana Toscano reuniu-se com o presidente da câmara e com os membros que compõem o grupo Local URBACT, “com o intuito de auscultar as opiniões e as expectativas em torno deste património edificado”.

Nos próximos meses, “o objetivo do projeto ARCHETHICS passa por alargar esta auscultação à população de Cerveira, envolvendo os mais diversos setores, desafiando a comunidade a cocriar um plano de ação integrado, cujas soluções possam vir a ser testadas através de ações de pequena escala”.

A rede ARCHETHICS reúne nove municípios da União Europeia de diferentes dimensões que partilham a presença de um património dissonante desafiante e muito diversificado.

Este património comum foi definido por historiadores, arquitetos e especialistas como "dissonante" por transmitir uma ligação problemática entre os elementos físicos (edifícios, ruas, praças, bairros, etc.) e o contexto histórico e político, e os valores que os produziram no passado.

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