Apreendidos mais de 75 mil euros em notas no escritório do chefe de gabinete de António Costa
Porto Canal
Foram apreendidos 75 mil e 800 euros em numerário, na terça-feira, no gabinete de Vítor Escária, chefe de gabinete de António Costa, nas buscas levadas a cabo pelo Ministério Público (MP) que investiga os negócios do lítio e do hidrogénio.
A informação foi avançada pela SIC Notícias que adianta que a quantia foi encontrada pela PSP e pelos procuradores do Ministério Público.
A residência oficial do primeiro-ministro foi o principal alvo das 42 buscas domiciliárias e não domiciliárias que foram realizadas pelos magistrados do Ministério Público e 154 elementos da PSP e da Autoridade Tributária.
Uma vez que o alvo da busca se tratava de Vítor Escária, os investigadores foram instruídos a realizar as buscas única e exclusivamente no espaço de trabalho utilizado pelo chefe de gabinete de Costa.
A Operação Influencer investiga três grandes negócios: o lítio, o hidrogénio verde e o data center de Sines. Sobre este último, João Galamba é acusado de ter levado para Conselho de Ministros propostas de legislação feitas pela empresa promotora.
António Costa apresentou a demissão de primeiro-ministro ao Presidente da República na terça-feira depois de o Ministério Público ter anunciado que é alvo de inquérito autónomo no Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio.
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Declarando-se de "cabeça erguida" e "consciência tranquila", defendeu, no entanto, que "a dignidade das funções de primeiro-ministro não é compatível com qualquer suspeição sobre a sua integridade, a sua boa conduta e, menos ainda, com a suspeita da prática de qualquer ato criminal".
Na terça-feira, foram realizadas buscas em gabinetes do Governo, incluindo na residência oficial de São Bento, visando o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária, que foi detido para interrogatório.
António Costa apresentou a demissão ao fim de quase oito anos em funções como primeiro-ministro, cargo para o qual foi empossado em 26 de novembro de 2015 pelo então Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.