IL pede que Marcelo dissolva o parlamento se Costa não se demitir
Porto Canal / Agências
O presidente da IL defendeu que o Presidente da República deve dissolver o parlamento se o primeiro-ministro não puser “a mão na consciência” e apresentar a sua demissão, considerando que o país está “envolvido em podridão”
Em declarações aos jornalistas no parlamento, Rui Rocha defendeu que o “que seria normal acontecer num país em que as instituições estivessem a funcionar” era o primeiro-ministro “chegar à conclusão que não tem condições para continuar a exercer funções”.
A assessoria de comunicação do primeiro-ministro confirmou a realização de buscas no gabinete de Vítor Escária, chefe de gabinete do primeiro-ministro, acrescentando que não há comentários por parte de São Bento à ação da justiça.
O líder da IL referiu que em causa estão detenções de “três pessoas do círculo íntimo do primeiro-ministro” e defendeu que os “factos são de uma enorme gravidade”, como comprova a reunião desta manhã entre António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa.
“Nós não podemos ter um primeiro-ministro em funções com o seu círculo íntimo detido ou arguido”, defendeu.
Caso o primeiro-ministro não apresente a sua demissão, Rui Rocha pediu que o Presidente da República “ponha ordem na casa” e dissolva o parlamento, defendendo que “as instituições democráticas e políticas têm de funcionar”.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recebeu esta terça-feira o primeiro-ministro, António Costa, no Palácio de Belém, em Lisboa, a pedido deste, disse à Lusa fonte da Presidência da República. A reunião já terminou, adiantou a mesma fonte.
O jornal Público noticiou a realização de buscas pela PSP nesta manhã em diversos ministérios e na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, no âmbito de uma investigação sobre projetos de exploração de lítio, em Montalegre.
Segundo o Público, foram detidos o chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, o consultor próximo de Costa, Diogo Lacerda Machado, e o presidente da Câmara Municipal de Sines, o socialista Nuno Mascarenhas, assim como dois executivos de empresas.
O jornal acrescentou que serão constituídos arguidos os ministros do Ambiente, Duarte Cordeiro, e das Infraestruturas, João Galamba, assim como o anterior ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes.