Tecnologia desenvolvida no Porto permitiu recolha autónoma de amostras no Ártico

Tecnologia desenvolvida no Porto permitiu recolha autónoma de amostras no Ártico
| Porto
Porto Canal/Agências

Investigadores do Porto desenvolveram uma tecnologia que, acoplada a um robô, permitiu recolher “de forma totalmente autónoma” amostras de ADN ambiental em profundidade, baixas temperaturas e em diferentes pontos do Ártico, foi esta quinta-feira anunciado.

Em comunicado, o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), esclarece esta quinta-feira que a tecnologia, intitulada ‘biosampler’, foi testada no Ártico.

Depois de validarem a tecnologia, também desenvolvida pelo Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR), os investigadores acoplaram-na a um robô criado pela equipa do INESC TEC.

A tecnologia “é um sensor” cilíndrico que permite recolher amostras de eDNA “de forma totalmente autónoma”.

O eDNA ou DNA ambiental é recolhido a partir de fragmentos que as espécies libertam durante o seu movimento, nomeadamente, células da pele, resíduos e outros fluidos corporais.

A operação decorreu a 15 metros de profundidade em águas com temperaturas baixas oriundas do degelo dos glaciares localizados nos fiordes do arquipélago ártico de Svalbard.

Quando comparada a outros sistemas de recolha de amostras, a tecnologia “tem várias vantagens”, afirma Alfredo Martins, do INESC TEC, nomeadamente, operar de forma autónoma, em profundidade e a baixas temperaturas da água.

“Foi também mais um desafio de engenharia”, acrescenta, citado no comunicado.

Também citada no comunicado, a investigadora Catarina Magalhães, do CIIMAR, salienta a importância da tecnologia na compreensão do impacto das alterações climáticas nas comunidades biológicas do Ártico.

“Esta tecnologia vai revolucionar a capacidade atual da monitorização biológica nos ecossistemas marinhos com particular relevância no oceano Ártico onde é urgente compreender o impacto das alterações climáticas”, refere.

Segundo o instituto, a tecnologia permite “programar as horas e datas de recolha”, a recolha de um maior número de amostras e a redução de contaminação das mesmas, uma vez que a filtragem é feita ‘in loco’, bem como trazer a amostra pronta para ser analisada em laboratório.

As amostras recolhidas durante a expedição estão, neste momento, a ser analisadas pelos investigadores do CIIMAR, que vão extrair e sequenciar o eDNA para avaliar a capacidade do sistema autónomo “na avaliação da biodiversidade de ambientes remotos”.

Os investigadores acreditam conseguir, nos próximos dois anos, fazer com que a tecnologia opere a 1.000 metros de profundidade.

Até lá, os trabalhos vão decorrer em ambientes externos, como no Ártico, sendo que continuará a ser necessária a intervenção humana caso a intenção seja recolher amostras a mais de 40 metros de profundidade.

“A expectativa é de que o biosampler, num curto espaço de tempo, suporte as condições quer de profundidade quer de temperatura necessárias para superarem estes desafios”, acrescenta o instituto.

+ notícias: Porto

Burger King, o novo “Embaixador” dos Aliados

Recuando até 2022, quem atravessava a Rua de Sampaio Bruno, junto à Avenida dos Aliados, no Porto, não ficaria indiferente à estátua do embaixador de bigode e cartola que parecia dar as boas-vindas a quem entrava no café que ali funcionava há 65 anos. Mas esse Embaixador há muito abandonou o coração da Invicta, com o seu lugar a ser ocupado pela cadeia norte-americana de fast food Burger King, tal como dá conta o Porto Canal numa visita ao local.

Área Metropolitana do Porto preocupada com prazos do PRR reúne-se com ministro da Habitação

A Área Metropolitana do Porto (AMP) manifestou esta sexta-feira preocupação com o cumprimento dos prazos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que serão expressas ao ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, numa reunião em setembro.

Incêndio em colégio no Porto já está extinto

O incêndio que deflagrou ao início da tarde de deste domingo no Colégio Flori, no Porto, "já está extinto" e em fase de rescaldo e ventilação, adiantaram ao Porto Canal as autoridades.