Gondomar avança com auditoria externa após ataque informático
Porto Canal/Agências
A Câmara de Gondomar vai avançar com uma auditoria externa para apuramento de responsabilidades a propósito do ataque informático de que a autarquia foi vítima na madrugada de 27 de setembro, informou esta terça-feira fonte do município.
À Lusa, a mesma fonte avançou que o objetivo desta auditoria é “tentar perceber o que correu mal, o que se podia ter sido feito de outra maneira e como prevenir situações futuras”.
Em causa uma situação que mantém esta câmara municipal do distrito do Porto sem sistema informático, isto 14 dias depois de um ataque informático.
Paralelamente, a autarquia liderada pelo socialista Marco Martins está a elaborar um documento para informar os munícipes de que forma estes se podem, durante este período, relacionar com os serviços da câmara.
Fonte do município de Gondomar disse à Lusa que este é “um documento em constante evolução, que contém perguntas e respostas para ajudar os munícipes a contactar e tratar dos seus assuntos junto da autarquia".
“Atualmente os processos estão a tramitar em papel e retornar ao papel implica adaptação”, explicou a fonte.
Na segunda-feira, o Jornal de Notícias revelou que os dados informáticos que foram roubados na sequência do ataque informático à Câmara de Gondomar estão a ser vendidos na ‘dark web’.
Questionada a propósito dista situação, fonte da Câmara indicou à lusa que “não é possível precisar neste momento quais os dados que estão a ser leiloados”.
“A nossa prioridade é tentar retomar a normalidade. Estamos em período de adaptação no dia a dia e a tentar responder aos munícipes da melhor forma, em circunstâncias excecionais”, concluiu.
De acordo com o Jornal de Notícias, os responsáveis pelo ataque dizem ter “dados exclusivos, únicos e impressionantes” como cartões de cidadão, passaportes e ainda uma listagem com os números de investimentos do município.
Os dados pertencentes a Gondomar vão permanecer em leilão até esta sexta-feira, depois deste prazo os 'hackers' garantem partilhar a informação que possuem no site pessoal.
O valor base pelas informações foi estabelecido em 'bitcoins' e corresponde a 260 mil euros.
Ainda de acordo com o mesmo jornal, o primeiro pedido de resgate efetuado à autarquia foi de “20 bitcoins”, aproximadamente meio milhão de euros, contudo, já “houve outro de 30 bitcoins”, cerca de 750 mil euros, mas ambos não foram efetivados porque “nunca foi aconselhado pelas autoridades responder a qualquer um deles”.
O município de Gondomar já fez denúncias ao Ministério Público e contratou especialistas com vista a salvar os dados.