“O sonho que tinha da Academia vai ser uma realidade”, realça Jorge Nuno Pinto da Costa

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Porto Canal

Jorge Nuno Pinto da Costa encerrou a 36.ª gala dos Dragões de Ouro com um discurso em que lembrou o passado, refletiu sobre o presente e deixou garantias para o futuro

Entregues os 17 Dragões de Ouro de 2023, foi altura de Jorge Nuno Pinto da Costa se aproximar do microfone e deixar toda a sala em completo silêncio. Num discurso sobre o passado, o presente e o futuro, fez uma revelação: o sonho da Academia do FC Porto vai ser realizado e as obras vão arrancar em 2024.

Nas primeiras reflexões sobre o passado “glorioso”, o presidente reconheceu a António Nicolau d’Almeida o dom de ter tido “a visão de que estava a criar um clube que haveria de passar as barreiras da cidade e ultrapassar fronteiras do país. Por isso escolheu o azul e branco, as cores da então bandeira de Portugal”.

Entre “milhares de conquistas, de taças, troféus”, houve também espaço para o dirigente mais titulado do mundo lembrar quatro presidentes que lhe “ensinaram muito” (José Maria Nascimento Cordeiro, Cesário Bonito, Afonso Pinto Magalhães e Américo Sá), recordar Dragões de Ouro que fisicamente desapareceram, mas continuam de alma e coração no FC Porto, sejam eles atletas (Virgílio Mendes, Hernâni, Carlos Duartes, Fernando Gomes, Rui Filipe e Alfredo Quintana) ou dirigentes (Sardoeira Pinto, Adolfo Roque, Pôncio Monteiro, Reinaldo Teles e Maria Luísa Teles).

“Vivido este passado”, foi altura de passar “ao presente”, que é “de esperança, de fé, de certezas”. “O presente está garantido”, acrescentou Pinto da Costa, seja “pela pujança que têm as nossas equipas”, pelo “aumento sucessivo dos adeptos de Norte a Sul do país - “Recebi o número de 26.636 quando entrei no clube. Sou penta-avô, o meu neto mais novo recebeu o número de sócio 127.220”, exemplificou – ou pela qualidade dos Dragões de Ouro que no Coliseu do Porto desfilaram.

O líder do FC Porto dirigiu-se, depois, a cada um dos dragonados individualmente para os felicitar e lhes deixar palavras de apreço. Após garantir que os Dragões de Ouro entregues às Casas do FC Porto de Penafiel e de Rio Tinto são das “gentes que vivem intensamente” o clube, de descrever a Greenvolt como “um projeto de sucesso e de crescimento” e de caraterizar Ricardo Martins, o Quadro do Ano, um funcionário com “rigor, competência, ambição e paixão”, aconselhou Rodrigo Mora, Jovem do Ano, a “ter os pés no chão” e a manter o “sentido de responsabilidade”, traçou o destino de Martim Fernandes (Atleta Revelação do Ano), que “irá longe porque tem capacidade e sentirá o carinho de todos” e também Kevins Apseniece (Atleta Amador do Ano), “um tubarão da natação”.

Dos jovens para os seniores, o dirigente mais titulado do mundo reconheceu a “intensidade e força de vontade” de Xavier Malián (Atleta de Alta Competição do Ano), um espanhol que parece ter nascido “na freguesia de Cedofeita” e revelou, sobre Ricardo Ares (Treinador do Ano), que soube que tinha “acertado” mal o conheceu, “depois de uma conversa de 20 minutos”. A Carlos Magalhães, Dragão de Ouro de Carreira, pediu que mantenha intactas a sua “paixão e dedicação”.

A equipa de futebol não pôde comparecer por estar em Lisboa a estagiar para o clássico desta sexta-feira, mas Pepê e Iván Marcano mereceram os louvores do presidente. O “extraordinário e polivalente” extremo é “uma garantia de que o FC Porto tem um valor seguro para muitos mais triunfos”, enquanto o central, “um exemplo do que é ser profissional e servir o clube”, “ficará na história por muitos anos como o defesa mais goleador do FC Porto”, mas ainda tem muito que viver de azul e branco: “Quero aqui transmitir ao Marcano que todos nós estamos contentes por ele ter recebido este troféu, por ter ouvido as suas palavras, e estaremos todos a contar os dias que faltam para o voltar a ver a camisola e com o seu espírito de dragão a defender as cores do FC Porto”.

As emoções começaram depois a subir à flor da pele. Certificado “o prazer por entregar” um Dragão de Ouro à Betano, de contar uma história que atesta o altruísmo da família de Pedro Violas, Sócio do Ano, e de recuar até aos tempos em que conheceu Rodrigo de Barros, Dirigent do Ano, “como menino”, Jorge Nuno Pinto da Costa, como muito raras vezes acontece, parou por momentos para introduzir os elogios a Fernando Gomes e disse, antes de enviar força para a família enlutada: “Foi tudo dito, está tudo dito. Não consigo acrescentar mais nada”.

Ainda na atualidade temporal, o líder máximo do clube agradeceu a Ricardo Guimarães, Dragão de Honra, “uma pessoa compreensiva e de visão” que o ajudou a “materializar” o sonho de ter um Museu do FC Porto e que, recentemente, aceitou “reduzir a sua percentagem” para que o clube conseguisse “realizar a transação do Otávio com sucesso”.

“O futuro será risonho”. Assim fez Pinto da Costa a ponte para revelar que “o grande sonho” de ter uma Academia “vai ser uma realidade”: “Em parceria com a Câmara Municipal da Maia, conseguimos encontrar uma solução que serve para o grande empreendimento que a Câmara vai fazer e onde teremos, em 20 hectares, 22 mil metros quadrados de construção. O projeto já está a ser feito pelo arquiteto Manuel Salgado e que ninguém fique preocupado, porque a realização desse sonho não irá de forma alguma influenciar e vida corrente do nosso clube, porque já temos garantido o financiamento para tão importante obra”.

“Continuamos a sonhar que o clube que recebemos tem de continuar a ser cada vez maior”, acrescentou, antes de citar Pessoa: “Como disse Pessoa, 'tenho em mim todos os sonhos do mundo' e eu continuo a sonhar. O que está planeado é iniciar as obras no início de 2024 vai ser uma realidade”.

Antes de terminar, o presidente fez questão de assinalar a presença de Manuel Pizarro, Ministro da Saúde e “um dragão que, apesar da alta responsabilidade no Governo, não hesitou em estar” no Coliseu numa altura em que “as pessoas viram as costas ao futebol e se afastam dos clubes” e também a ausência de Sérgio Conceição, que “pela primeira falhou a presença porque está ao serviço do FC Porto a lutar pelo 11.º título pelo clube”. “A ele e aos que gostariam de aqui estar, queria deixar uma palavra especial e um aplauso de todos vós para esse grupo maravilhoso”, referiu.

“Se me alonguei demais, desculpem, fi-lo porque gosto muito de todos vós e porque amo o FC Porto”. Foram estas as últimas palavras de Jorge Nuno Pinto da Costa antes de ser recebido por um mar de aplausos de reconhecimento, gratidão e de muito portismo.

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