Aumenta o número de consumidores de álcool acompanhados pelo ADEIMA em Matosinhos
Porto Canal
O número de consumidores de estupefacientes em Matosinhos não para de reduzir. Hoje em dia, apenas 27 estão a ser seguidos pelo projeto Novas Metas, que é levado a cabo pela Associação para o Desenvolvimento Integrado de Matosinhos (ADEIMA) ingerindo metadona, escreve, esta terça-feira, o Jornal de Notícias.
Contudo, a grande parte dos consumidores lida agora com outra dependência, o álcool.
Segundo a mesma fonte, em 2022, quando o projeto foi desenvolvido, estavam referenciados 250 consumidores de heroína, em Matosinhos. Destes, aproximadamente 200 faziam parte do Programa de Substituição Opiácea de Baixo Limiar de Exigência (PSOBLE), ou seja, a ingestão de metadona.
“No biénio 2008/2010, foram identificados 184 consumidores de heroína, dos quais 170 integraram PSOBLE. Dos consumidores acompanhados, apenas seis realizaram troca de seringas, e não de forma regular (só 26 kits trocados). Comparativamente com o biénio 2020/2022, foram acompanhados com PSOBLE, 26 consumidores de heroína, tendo apenas um efetuado troca de seringas”, explica a Câmara Municipal de Matosinhos, citada pelo JN.
O projeto da Redução de Riscos e Minimização de Danos, criado pela ADEIMA, em colaboração com o SICAD – Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependência funciona diariamente. O funcionamento consta numa equipa de rua, na concretização de um PSOBLE, mas também de um mecanismo de substituição de seringas (PTS), noticia o mesmo jornal.
O atendimento é efetuado na Rua de Seara, sendo que a ingestão de metadona é inspecionada por um médico e por uma enfermeira. A equipa também é composta por uma psicóloga, assistente e educadora social.
De acordo com a informação do JN, o hábito de consumo dos consumidores do projeto Nova Metes tem vindo a alterar-se, ou seja, o uso de estupefacientes está a reduzir, tornando-se “mais evidente o consumo de álcool”.
“Entre 2020 e 2022, dos 133 utentes acompanhados pelo projeto, 27 integraram PSOBLE, 81 são consumidores de álcool, sendo os restantes definidos como policonsumidores. Isto define uma alteração significativa nos padrões de consumo e perfil dos consumidores”, salientou a autarquia de Matosinhos, citada pelo JN.
Esta situação permaneceu no ano transato. Segundo a autarquia, “o projeto acompanhou 113 consumidores de substâncias psicoativas, sendo que 74 foram acompanhados pelos consumos abusivos de álcool”.