Autor da estátua de Camilo no Porto “perplexo” com atitude da autarquia para a remoção da obra
Porto Canal
Depois da petição para a retirada da estátua, o autor da escultura de Camilo, Francisco Simões, mostra-se “perplexo” com o abaixo-assinado e diz não entender a atitude da Câmara Municipal do Porto.
De recordar que esta quinta-feira, o jornal Público noticiou que 37 signatários, entre os quais artistas, curadores, advogados e políticos, pediram ao presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, a remoção da estátua da autoria de Francisco Simões do Largo junto à antiga cadeia, por esta invocar questões de gosto e moral para repudiar a escultura de Francisco Simões.
De seguida, Rui Moreira encaminhou a petição para o vereador do Urbanismo, Pedro Baganha, e o autor disse, em declarações à RTP, “não entender o senhor presidente da Câmara, que trata a estátua como trata o futebol”.
O autor critica ainda a falta de sensibilidade pelo facto de ninguém da Câmara Municipal do Porto o ter contactado perante a situação. “Ninguém me contactou. O senhor presidente devia ter tido essa sensibilidade”, disse o autor.
Francisco Simões acrescentou ainda em declarações à RTP, que se a retirada da obra for para a frente, a mesma deve ser devolvida ao autor e não encaminhada para as reservas municipais, como Rui Moreira tinha mencionado.
A obra foi inaugurada há 11 anos representa o autor de Amor de Perdição, Camilo Castelo Branco e Ana Plácido, a mulher com quem viveu entre 1861, ano em que saiu da cadeia, e 1890, ano em que se suicidou.