Pela segunda noite, meia centena de pessoas acampa à porta da Piscina Municipal da Gafanha da Nazaré, durante a madrugada, de forma a garantir uma das cinquenta senhas distribuídas para a inscrição nas aulas de aprendizagem de natação.

É a verdadeira corrida às senhas e a cena repete-se nos últimos anos. No arranque de cada ano letivo, dezenas de pessoas são obrigadas a pernoitar à porta da Piscina Municipal da Gafanha da Nazaré, em Ílhavo, para conseguir uma tão concorrida inscrição para colocar os filhos a aprender a nadar.

Este ano, a primeira noite da saga aconteceu de quinta para sexta-feira (dia 1 de setembro), sendo que a primeira pessoa a marcar lugar chegou às duas da manhã. Mas não vinha sozinha. Trazia consigo chouriça para assar e um garrafão de espumante, para acalentar as várias e duras horas de espera ao relento.

O sacrifício, que apesar de tudo é levado com algum espírito de brincadeira, repetiu-se na madrugada desta segunda-feira, cujo campeão da maratona chegou à meia noite, não fosse perder o melhor lugar na fila e uma das senhas que parecem voar.

“Agora, sabia bem uma sandes de torresmos”, “Chouriça ainda se arranja!”, são algumas das frases que, apesar das circunstâncias, espelham a boa disposição dos ali presentes. À semelhança da primeira noite, houve animação (a possível), comida e bebida e muito café, num espírito de partilha, não só de ‘comes e bebes’, mas também do desespero pela necessidade de chegar com tantas horas de antecedência da abertura da piscina.

O método de inscrição “que já devia ser diferente, há muito tempo”, reina entre as conversas e reclamações que se vão trocando, durante a noite, pela falta de um mecanismo online que permita fazer as candidaturas de uma forma mais simples e confortável.

Até existirem vagas por preencher, existem ainda longas noites nos dias 5, 6 e 7 de setembro, para quem pretender inscrever as crianças nas aulas de aprendizagem de natação.