250 anos sem Nicolau Nasoni, o arquiteto que mudou para sempre a paisagem do Porto

| Porto
Ana Francisca Gomes

Esta quarta-feira é marcada pelos 250 anos da morte de Nicolau Nasoni, o arquiteto italiano que rapidamente se tornou ‘o Arquiteto do Porto’, ao projetar e pintar um Porto de estilo barroco e rococó.

“Claro, senhores telespectadores, não seria necessário dizer-lhes que estou mais uma vez no Porto”. Foi assim - enquanto se ouvia os sinos da Catedral da Sé e a Torre dos Clérigos surgia ao fundo - que em 1975 o realizador e ator Ruy Ferrão abriu um episódio dedicado a Nicolau Nasoni do seu programa “Sabe?...”, na televisão pública.

E é precisamente a obra de Nicolau Nasoni uma das principais responsáveis pela singularidade da paisagem da cidade invicta, à beira-rio plantada e que não se confunde com mais nenhuma. Nascido em 1691 na região italiana de Toscana, Nasoni veio para o Porto aos 34 anos e iniciou um trabalho de pinturas na Sé do Porto, parte de uma profunda remodelação que a catedral sofreu.

Na cidade do Porto, a sua obra maior é a Igreja e a Torre dos Clérigos, à qual dedicou mais de 30 anos da sua carreira e que imortalizou a sua obra.

Ao currículo portuense juntou também obras como a Quinta da Prelada, o Palácio do Freixo, o retábulo que se encontra na Igreja de Santo Ildefonso, a construção da Igreja de São João Novo e da Quinta de Ramalde.

Também no Norte do país encontramos marcas de Nasoni. Esteve ligado às obras de arquitetura na Quinta de Santa Cruz do Bispo, Matosinhos; à fachada da Igreja do Senhor Bom Jesus, Matosinhos; às pinturas na nave da Sé de Lamego.

 

 
 
 
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Atividades nos Clérigos

Para evocar Nicolau Nasoni, a Torre dos Clérigos organizou várias atividades, como uma caminhada, publicações e música durante o dia desta quarta-feira.

Do programa faz parte uma caminhada guiada por Joel Cleto, historiador do Porto com presença assídua no Porto Canal.

“A partir das 18h desde a catedral do Porto, onde Nasoni iniciou em 1725 os seus primeiros trabalhos na cidade, até aos Clérigos – a sua obra mais famosa e onde se encontra sepultado desde 1773”, informa o ‘site’ da Irmandade dos Clérigos. O percurso passa por “locais simbólicos desta relação do arquiteto com a cidade”, nomeadamente o Paço Episcopal, a igreja da Misericórdia e a Rua Nicolau Nasoni.

Na Igreja dos Clérigos, por volta das 19h45, será lançado ainda o guia “O Porto de Nasoni” de Joel Cleto e Sérgio Jacques, “um livro de bolso através do qual se revelam as obras deste mestre do Barroco na área do Porto, em abordagens pormenorizadas a algumas das suas criações mais importantes”.

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