Eduardo Cabrita interrogado como arguido pela morte de trabalhador na A6
Porto Canal
O ex-ministro da Administração Interna Eduardo Cabrita é esta sexta-feira interrogado como arguido no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Évora, no âmbito do processo do atropelamento que causou a morte de um trabalhador, na A6, a 18 de junho de 2021.
O antigo governante foi constituído arguido na sequência de uma decisão do Tribunal da Relação de Évora que decidiu a favor de um recurso da Associação dos Cidadãos Auto-Mobilizados (ACA-M).
O acidente ocorreu ao km 77,6 da A6, no sentido Estremoz-Évora. A viatura oficial, com o ministro no banco de trás, ia em excesso de velocidade. A 3 de dezembro de 2021, o Ministério Público acusou apenas o motorista, Marco Pontes, de homicídio por negligência. Nesse dia, o ministro demitiu-se do cargo.
Na sequência de vários recursos, Nuno Dias e Eduardo Cabrita viriam a ser constituídos arguidos, um em fevereiro e outro em abril de 2022. As suspeitas em relação a ambos acabaram por ficar pelo caminho um mês depois com o DIAP de Évora a arquivar o caso. Já este ano e após novos recursos, o Tribunal de Relação de Évora entendeu que o antigo governante tinha de se explicar perante a juíza de instrução.
Para os juízes da Relação, Eduardo Cabrita "estava em condições de, no mínimo, dizer ao motorista para cumprir as regras de trânsito fora de qualquer urgência, mediante um respeito pelo dever de cuidado que sobre si impendia e, por essa via, evitar o resultado", a morte do trabalhador.
O acidente aconteceu há quase dois anos, no dia 18 de junho de 2021, quando Nuno Santos, funcionário da empresa que fazia trabalhos de manutenção na A6, foi atropelado pelo automóvel em que seguia o então ministro, em Évora.