Há uma nova lei do tabaco. “Cerco” aos fumadores começa já em outubro
Porto Canal
O anúncio da nova lei do tabaco caiu como uma “bomba”. Já partir de outubro deste ano, os fumadores vão ficar impedidos de fumar em espaços ao ar livre, junto a edifícios públicos, como por exemplo estabelecimentos de saúde e escolares, recintos desportivos, estações, paragens e apeadeiros de transportes públicos.
Mas, as regras não ficam por aqui e voltam a ficar mais apertadas em 2025. Nesse ano, passará a ser interditada a venda de tabaco direta, ou através de máquinas automáticas, em cafés, snack-bares, restaurantes ou bombas de gasolinas. Portanto, a compra ou venda de tabaco será possível apenas em tabacarias ou similares e nos aeroportos.
Face a este cenário, os fumadores caraterizam a nova lei do tabaco como exagerada.Em entrevista ao Porto Canal, Luís Cochofel, fumador desde os 9 anos de idade, admite, enquanto fuma a sua cigarrilha, estar com “um sentimento de mau estar”, perante esta situação e ainda acusa o Governo de estar a “perseguir um grupo que foi criado pela sociedade”.
“Muita gente vai sair com muita dificuldade desta situação, por exemplo as pessoas que não têm próximo onde comprar [tabaco] maço a maço, e que não têm dinheiro para comprar [tabaco] a não ser maço a maço”, adianta o fumador.
José Melo, outro fumador com quem esbarramos em plena rua Sta. Catarina refere também que a lei é uma decisão “megalómana”.
De forma geral, os lesados admitem que a medida promove a saúde, mas que deixa de lado a economia e devido a isso consideram que a legislação vai afetar mais os comerciantes do que os consumidores.
O proprietário da Confeitaria do Bolhão confirma esse facto. Sem avançar com números exatos, José Rodrigues assegura que vai existir um impacto económico com a implementação da lei, uma vez que o tabaco “puxa” a compra de outros produtos.
A Associação PRO.VAR desconfia do resultado de algumas medidas e garante que a lei “radical” vai ajudar os grandes grupos económicos.
“As pessoas não vão deixar de fumar um dia para o outro, portanto o que vai acontecer é que as pessoas vão procurar e havendo procura, onde é que vão nascer como ‘cogumelos’ os quiosques? Nos supermercados que vão fazer adaptações para ter mais esse negócio”, garante o Presidente da PRO.VAR.
Daniel Serra destaca ainda que a imposição destas medidas vai originar o aumento do consumo de tabaco contrafeito, tal como ocorre em alguns países na Europa.
A curto prazo a associação quer chegar à fala com o Governo e implementar estratégicas eficazes para ajudar o setor da restauração. Para já, a organização aponta o reforço em campanhas de sensibilização como o caminho para a diminuição do consumo do tabaco.
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