Autarca de Baião com “expectativa” que ligação à ponte da Ermida arranque em 2024
Porto Canal/Agências
O presidente da Câmara de Baião, Paulo Pereira, adiantou esta terça-feira ter a “expectativa” de que a ligação rodoviária à ponte da Ermida, há décadas reclamada pela população, arranque durante 2024.
“A expectativa é que ela possa arrancar durante o próximo ano. É esta a expectativa que eu tenho e a convicção que é desta que ela vai”, revelou Paulo Pereira, à margem da apresentação do Festival Revolução Grisalha, no Porto.
A ligação de Baião à ponte de Ermida, conhecida como variante à Estrada Nacional 321-2 e a conclusão da Variante à EN 211 entre Quintã (Marco de Canaveses) e Mesquinhata, são dois dos projetos incluídos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), e cujo investimento era há décadas reclamado pela população.
A ponte da Ermida liga Baião, no distrito do Porto, a Resende, no distrito de Viseu, atravessando o rio Douro. A infraestrutura foi inaugurada em 1998 pelo Presidente da República Jorge Sampaio, mas os seus acessos, a partir de Baião, nunca foram executados, sendo atualmente assegurados por estradas sinuosas e estreitas.
A empreitada de ligação de Baião à ponte da Ermida chegou a ser lançada a concurso em 31 de julho de 2009. Essa obra pública, à data orçada em cerca de 26 milhões de euros, repartida por duas fases, permitiria reduzir a duração da ligação e melhorar a segurança na circulação rodoviária.
O investimento foi anulado no período da crise económica e financeira em 2009, apesar dos protestos dos autarcas dos concelhos de Baião e Resende.
No caso da ligação à ponte de Ermida, o autarca revelou que o projeto está em fase “final de adequação”, obrigação resultante das novas diretrizes comunitárias.
Em fase mais adiantada está a conclusão da Variante à EN 211 entre Quintã (Marco de Canaveses) e Mesquinhata, cujo projeto se encontra em “fase final [da avaliação] de impacte ambiental”.
“Eu gostaria muito que houvesse condições para arrancar”, declarou.
Paulo Pereira admitiu, contudo, temer que a ligação possa ficar novamente pelo caminho, apontando dois obstáculos à concretização dos projetos aprovados no âmbito do PRR. Por um lado, indicou a dificuldade de encontrar empresas para executar as empreitadas e por outro o aumento dos custos com matérias-primas, consequência da guerra na Ucrânia e da subida da inflação, que é necessário acomodar.
O autarca considera ainda o limite temporal para concretização dos investimentos inscritos, um problema adicional.
“Parece-me que empurrar mais lá para a frente, em vez de ser a 2025 ser a 2026 ou 2027, não é possível. Podemos ter aqui um problema. É verdade que está difícil”, admitiu, salientando que da parte do município está “tudo pronto”.
De acordo com o último relatório de monitorização, divulgado na sexta-feira, os pagamentos aos beneficiários do PRR ascenderam a 1.799 milhões de euros (11%), até 03 de maio, e as candidaturas aprovadas a 124.969.
A execução do plano segue em 17% dos marcos e metas contratados com a Comissão Europeia.
Em fevereiro, o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República manifestou esperança em que o atraso no PRR venha a ser recuperado ao longo do ano de 2023., após ter sido anunciado que 15 investimentos estão em estado preocupante ou crítico.