Chega, IL e PAN discordam da decisão de Marcelo Rebelo de Sousa
Porto Canal/Agências
O Chega, a Iniciativa Liberal e o PAN afirmaram discordar, esta quinta-feira, da decisão de Marcelo Rebelo de Sousa em manter o atual Governo.
O líder parlamentar do Chega considerou que o Presidente da República deveria ter tido a "coragem política" para dissolver o parlamento e convocar eleições, defendendo que o Governo está "em farrapos" e o país "precisa de estabilidade".
Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, após a declaração de Marcelo Rebelo de Sousa ao país, Pedro Pinto afirmou que o Governo está "em farrapos, partido aos bocados", e "não dá credibilidade ao país".
"Portugal precisa de estabilidade, não há dúvida, mas a estabilidade tem de vir com eleições", defendeu.
Pedro Pinto disse que "não é surpresa" que o Presidente da República não tenha dissolvido a Assembleia da República, mas defendeu que Marcelo Rebelo de Sousa "devia ter dado esse passo, devia ter essa coragem política".
Iniciativa Liberal: Marcelo fez uma avaliação da governação de Costa “absolutamente arrasadora"
Já Iniciativa Liberal defendeu que o Presidente da República “amarrou a avaliação do seu mandato” aos próximos meses de governação do primeiro-ministro, considerando que os dois são agora corresponsáveis pelo que acontecer “nos próximos tempos”.
“O primeiro-ministro amarrou o seu destino político a João Galamba, o Presidente da República amarrou a avaliação deste seu mandato aos próximos tempos de governação de António Costa”, defendeu o presidente da IL, Rui Rocha, no parlamento, em reação à comunicação ao país de Marcelo Rebelo de Sousa.
A partir de agora, continuou, “são ambos – Presidente da República e primeiro-ministro - corresponsáveis por tudo o que vier a acontecer nos próximos tempos do ponto de vista da solução governativa”.
O líder liberal afirmou que o chefe de Estado português fez uma avaliação da governação de Costa “absolutamente arrasadora”, tendo colocado em causa "a credibilidade, a autoridade, a respeitabilidade da solução governativa".
No entanto, sinalizou, “a visão de futuro que o senhor Presidente da República apresenta é completamente contraditória com o diagnóstico e avaliação arrasadora que fez do Governo”, discordando da decisão de Marcelo e considerando que se devia “devolver aos portugueses a possibilidade de decidirem o seu futuro” e que “em democracia há sempre alternativas”.
PAN: Primeiro-ministro deve fazer reflexão
Inês de Sousa Real, do PAN, admitiu que o partido esperava que existisse uma reforma no Governo.
“Aquilo que esperávamos que houvesse e que fosse mais além era um repto que o PAN já tinha lançado que era o de garantirmos que havia uma reforma no Governo porque Marcelo tinha aqui dois caminhos: ou dissolver a Assembleia da República ou convocar António Costa para formar um novo Governo”, afirmou.
Para o PAN, o primeiro-ministro “deve fazer uma reflexão”, já que “não basta levar um ralhete neste momento”.