Desde a glória europeia ao inédito penta. A hegemonia do FC Porto após o 25 de Abril

Desde a glória europeia ao inédito penta. A hegemonia do FC Porto após o 25 de Abril
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Porto Canal

Não foi só nas ruas que a revolução de 25 de abril se impôs, mudando o rumo do país e dos portugueses. Também nos relvados aconteceu uma viragem, com o centralismo, ainda combatido, a ver-se ferido pelo discurso de dois homens, que ajudaram a trazer o futebol para o norte de Portugal, com o FC Porto à cabeça.

O contexto é fácil de se fazer. Em 40 anos de primeira divisão antes do 25 de abril de 1974, os rivais de Lisboa tinham conquistado 35 campeonatos, divididos entre Benfica, Sporting e Belenenses, com os ‘Dragões’ a conquistarem os restantes cinco. Em campo, também eram maioritariamente equipas da região de Lisboa e Setúbal que marcavam presença no principal escalão, com praticamente 50% de média durante essas quatro décadas.

O cenário político e económico também beneficiava, por esta altura, a capital. Em suma, porque os números também ajudam a explicar, o FC Porto conquistou, entre 1893 e 1974, apenas 12 títulos: aos cinco campeonatos juntavam-se três Taças de Portugal e quatro campeonatos de Portugal.

Como o campeonato do Calabote comprova, os azuis e brancos mostraram-se sempre prontos a combater as adversidades, mesmo quando estas eram impossíveis de vencer. Ao atravessar o rio, aumentavam as dificuldades para os ‘Dragões’, uma ideia que ficou célebre nos momentos mais tristes da história portista no que toca às conquistas, com dois períodos de jejum de difícil gestão. Foi, aliás, no mais longo desses ciclos que o FC Porto viveu o 25 de abril de 1974. Só havia uma coisa a fazer.

Os conhecimentos de um treinador aliados à liderança de um diretor que, poucos anos depois, foi eleito Presidente. José Maria Pedroto e Jorge Nuno Pinto da Costa formaram a parceria mais vincada de combate ao centralismo no futebol e juntos criaram as bases para o sucesso azul e branco que a democracia viria a trazer.

Com os ensinamentos de Pedroto, o FC Porto quebrou a hegemonia lisboeta e venceu, dentro e fora de Portugal. Em 49 anos, os ‘Dragões’ conquistaram mais 25 campeonatos e 15 taças de Portugal, para além de 23 supertaças e uma Taça da Liga. A estes juntam-se uma Taça dos Campeões Europeus, uma Liga dos Campeões, uma Taça UEFA, Uma Liga Europa, uma Supertaça Europeia e ainda duas taças intercontinentais, sendo a única equipa portuguesa a vencer competições internacionais após o 25 de abril, à exceção do Braga, que conquistou uma Taça Intertoto.

Este momento de viragem não engloba apenas o FC Porto. A um nível distinto, também Sporting de Braga, Vitória de Guimarães e Boavista elevaram as suas prestações a nível nacional, com os axadrezados a serem a única formação a ser campeã em democracia para além dos três grandes.

Estas equipas, aliadas aos portistas, são as que mais demonstram a ascensão do Norte de Portugal no futebol, com esta tendência a verificar-se também na Taça de Portugal. Todos estes dados expõem uma realidade que é incontestável: o futebol português virou a norte e o sucesso do FC Porto, sempre menosprezado, não é o único testemunho disso.

A história azul e branca pode ser vista no Museu, em que também se atravessam os tempos atribulados rumo às vitórias emblemáticas que continuam na nossa memória, bem como através da Revista ‘Dragões’, lançada curiosamente a 25 de abril de 1985, que já celebrou 65 conquistas nos relvados durante os anos, bem como muitas mais nas diferentes modalidades.

É indiscutível o crescimento do FC Porto desde 1974. Conseguido graças à competência desportiva, ninguém pode negar que o discurso e postura de combate demonstrada por Pedroto e Jorge Nuno Pinto da Costa foram as forças necessárias para que a revolução dos cravos também acontecesse em todos os Estádios de Portugal.

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