Habitação: Rendas aumentaram 240 euros em cinco anos
Porto Canal
Nos últimos cinco anos registou-se um aumento da renda média mensal das habitações em Portugal de 240 euros. Este fenómeno é transversal a quase todo o país, escapando apenas Mira e Borba.
De acordo com o Jornal de Notícias (JN), as duas principais razões apontadas pelo setor imobiliário para a subida das rendas nos últimos anos são o aumento das taxas de juro ao crédito à habitação, que leva a que muitos portugueses prefiram arrendar casa em vez de comprar, e a falta de mão de obra que originou um aumento de imigrantes à procura de casa.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) compilou dados de rendas de 204 dos 308 concelhos de Portugal e, de acordo com os mesmos, todos eles registaram aumentos, com exceção de Mira e Borba, que desceram 13% e 9%, respetivamente. De acordo com o JN, em média, a renda aumentou 240 euros, entre 2017 e 2022, para um apartamento com a área útil média (112,4 m2). Atualmente, em média, paga-se 733 euros face aos 493 euros em 2017.
De acordo com o mesmo jornal, em termos absolutos, o maior aumento foi registado em Cascais, chegando aos 508 euros por uma casa. Apesar disso, a Batalha foi o local que sentiu mais impacto, dado que a variação foi de 74%, passando de 309 para 537 euros.
Relativamente às taxas de juro de crédito à habitação de Portugal, as Euribor, no último ano, subiram para valores acima dos 3% face aos valores negativos anteriormente registados. Este foi um dos fatores que, de acordo com o JN, tornaram a compra de casa menos atrativa.
Paulo Caiado, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal, explicou que o aumento do valor das rendas deve-se ao aumento do fluxo de procura. De acordo com o INE, em 2022, foram celebrados em Portugal 99 664 contratos de arrendamento, sendo o maior número registado, num ano, até agora.
Os senhorios com contratos de arrendamento anteriores a 1990, devido a estarem impedidos de atualizar o valor da renda que cobram, apenas serão compensados em 2024.