Maioria dos trabalhadores demitidos pela Ecco contentou-se com aumento das indemnizações 

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Porto Canal/Agências

A maioria dos 42 trabalhadores que a fábrica de calçado Ecco quer dispensar concentrou-se esta segunda-feira à porta dessa unidade de Santa Maria da Feira e aceitou indemnizações majoradas, mas a sindicalista incluída no despedimento equaciona recorrer a tribunal.

“A empresa quer afastar os delegados sindicais e representantes dos trabalhadores, e nós não podemos aceitar isso ou um dia destes não há sindicatos que defendam os direitos das pessoas e as fábricas passam a fazer o que quiserem sem respeito por ninguém”, declarou Susana Bastos, que é funcionária da unidade que a multinacional dinamarquesa tem no distrito de Aveiro e aí exerce funções de delegada do Sindicato Nacional dos Profissionais da Indústria e Comércio do Calçado, Malas e Afins (SNPIC).

A concentração de trabalhadores verificou-se depois de a Ecco ter anunciado que ia despedir 42 pessoas afetas apenas ao departamento de amostras, o que Fernanda Moreira, da direção do SNPIC, disse refletir uma estratégia destinada a afastar especificamente Susana Bastos.

“Em despedimentos anteriores, a empresa primeiro propunha rescisões amigáveis e, depois, se fosse preciso despedir mais gente, escolhia, entre os setores da produção todos, quem tivesse menos tempo de casa. Desta vez, só está a despedir pessoas do departamento de amostras porque assim é a única maneira de se livrar da delegada sindical que trabalha nesse setor”, explicou Fernanda Moreira à Lusa.

Essa alegada “retaliação” deve-se, segundo a diretora do SNPIC, ao facto de Susana Bastos ter recentemente denunciado práticas de assédio laboral e moral por parte da direção da unidade portuguesa.

É a própria delegada sindical, incluída no grupo dos despedidos, que dá quatro exemplos desse assédio: a Ecco faz “marcação cerrada a quem fala e é mais contestatário nas reuniões”, “controla o que os trabalhadores fazem nas suas redes sociais”, “obriga-os a assinar documentos a dizer que foram à casa de banho sem autorização do chefe” e ignora “queixas de funcionários que avisaram os Recursos Humanos de que há chefes a oferecer pancada aos trabalhadores”.

Susana Bastos realça, contudo, que “ninguém acredita que estes comportamentos sejam por ordem da direção superior do Grupo Ecco” e afirma: “Isto são abusos só da direção portuguesa”.

Entretanto, grande parte dos outros 41 trabalhadores dispensados já comunicaram esta manhã à Ecco que aceitam a proposta de indemnização avançada pela empresa, que está disposta a pagar 1,4 meses de indemnização por cada ano de trabalho a quem aceitar sair até esta terça-feira, mas, segundo o SNPIC, depois dessa data “só pagará 12 dias por cada ano de exercício, como determina a lei em vigor desde 2012”.

Contactada pela Lusa, a direção da Ecco’Let Portugal ainda não comentou o assunto.

 

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