Museu do Porto anuncia o Palácio de São João Novo como a sua futura morada
Porto Canal
O Palácio de São João Novo, em Miragaia, será a futura morada do Museu do Porto. A revelação foi feita por Rui Moreira, esta quarta-feira, durante a apresentação da nova identidade e programação do Museu, atualmente dirigido por Jorge Sobrado.
Na cerimónia realizada na Alfândega, onde a partir de 2024 ficará sediado o núcleo central do Museu do Porto, Jorge Sobrado declarou que “a partir de hoje, a partir deste momento, o Museu da Cidade é o Museu do Porto”. Esta renomeação constitui, de acordo com Jorge Sobrado no início da sessão, “uma declaração de princípio”, sendo ainda reforçado por Rui Moreira a ideia de que “é importante chamar-lhe Museu do Porto, para vencermos de uma vez por todas as dificuldades de reconhecimento do museu e para tirarmos partido da nossa marca: o Porto”.
A escolha do local para acolher, mesmo que, desejavelmente, por pouco tempo, o Museu do Porto, não foi inocente. Segundo Rui Moreira, fatores como as condições estruturais do edifício, a sua localização privilegiada do ponto de vista do turismo, as ligações da Alfândega ao movimento do liberalismo e “a história do Porto mercantil, burguês, comercial e exportador” tornam este local ideal.
De acordo com o presidente da Câmara do Porto, o objetivo será tornar o Palácio de São João Novo na nova morada definitiva do Museu do Porto. O local funcionou como Museu de Etnografia e de História do Douro Litoral até ao início da década de 90 e encontra-se encerrado desde 1992. Apesar do palácio ser uma propriedade do Estado central, o autarca assegurou que estão em curso “contactos adiantados” com o ministro da Cultura para que este venha a ser reabilitado para acolher o Museu do Porto. Segundo o mesmo, este objetivo contará com o apoio de Adão e Silva e da Diretora Regional de Cultura do Norte, Laura Castro.
“Esta nova fase representa um caminho mais consistente. Estruturado e participado, fazendo dialogar a sua missão, as suas casas e programação com as bibliotecas municipais”, explicou, colocando ênfase na interligação à bibliotecas.
O autarca salientou ainda que como “alteração substantiva” ao projeto ocorreria “o nascimento de um núcleo central, que ligará num todo coerente a constelação de casas que fazem hoje o museu”, e que “irradiará influências e públicos para os seus vários pólos, da Casa do Infante ao Reservatório, do Museu Romântico ao Museu do Vinho do Porto, da Casa Marta Ortigão Sampaio ao Museu Guerra Junqueiro, do futuro Atelier António Carneiro ao futuro Museu da Indústria”.