Escolhem o Porto para trabalhar. Há quatro mil nómadas digitais na Invicta

Escolhem o Porto para trabalhar. Há quatro mil nómadas digitais na Invicta
Ana Mota
| Norte
Maria Abrantes

Um computador portátil e bom acesso à internet bastam para que os nómadas digitais se instalem em qualquer parte do mundo. Contudo, a boa reputação da cidade a nível internacional, o bom tempo e o custo de vida acessível têm servido de chamariz para várias pessoas que trabalham remotamente.

O fenómeno já tem pelo menos oito anos, diz Liliana Castro, CEO da FES Agency, uma empresa que dá maioritariamente apoio logístico a trabalhadores estrangeiros que se instalam no Porto, por tempo indeterminado. São representantes locais para entidades estrangeiras que trabalham com grupos de nómadas digitais.

Para a empresária, é inequívoco que a presença da cidade na imprensa internacional tem sido um grande fator de atratividade para este tipo de trabalhadores. Aleados a este fator estão, por exemplo, o bom tempo, a gastronomia, a qualidade de vida e os preços competitivos, quando comparados com outras cidades europeias.

O Porto tem sido, por isso, destino para pessoas oriundas dos Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, países nórdicos, Canadá e não só.

Neste momento, a cidade conta com cerca de quatro mil pessoas que trabalham remotamente, sobretudo para as áreas de IT, marketing e suporte.

Teve a pandemia uma relação direta com a procura de um estilo de vida diferente?

Liliana acredita que “a pandemia veio mostrar a indústrias mais tradicionais que ser nómada digital não implica não cumprir com as obrigações profissionais e que o facto de estarem a trabalhar num local ou fuso horário diferente da sede da empresa, não interfere na produtividade”.

A pandemia trouxe igualmente uma vontade acrescida de conhecer e explorar o mundo e houve um aumento do número de pessoas que procuraram este estilo de vida laboral para seguir.

“A maior dificuldade reflete-se no alojamento”, pela curta permanência na cidade ou pela indefinição, quanto à duração de contrato. Para estes trabalhadores, o próximo destino pode estar ao virar de cada esquina.

 
 
 
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Yara e Shirin vivem e trabalham no Porto… pelo menos, nos próximos seis meses

“Há vários tipos de nómadas digitais”, diz Shirin Mikaeiin, da Califória, nos Estados Unidos, para quem é essencial um ambiente tranquilo para trabalhar. Filha de pais emigrantes, sempre lhe foi incutido um espírito de poupança e de trabalho árduo. É por isso que não se sente segura em deixar os seus pertences numa mesa de café, caso tenha de se ausentar por alguns segundos durante o trabalho.

“Para mim, também é muito importante estar num ambiente tranquilo, quando tenho reuniões. Não gosto que os meus clientes fiquem perturbados com barulhos externos”.

A trabalhar no fuso horário americano, Shirin começa a jornada de reuniões apenas a partir das 17h00. Durante o dia, gosta de passear pela baixa da cidade, de comer no Mercado do Bom Sucesso e de se sentar na zona da Ribeira, a apreciar a vista e as pontes sobre o Douro.

Bem diferente do estilo de vida e de trabalho de Yara El Helbawi, egípcia de 36 anos, a viver (por enquanto) na cidade do Porto com o marido e o filho de quatro anos.

Yara já viveu em vários países, como Índia, Alemanha e Canadá, mas encontrou em Portugal, e especialmente na cidade do Porto, uma proximidade muito grande com o país de origem, não só no clima, mas também “na forma afável como as pessoas recebem os estrangeiros”.

Aprecia a forma portuguesa de viver, tranquila, numa cidade que reúne ao mesmo tempo um conjunto de serviços bem cosmopolitas.

“Aqui no Porto sinto-me em casa. Ouço falar estrangeiro nos transportes públicos, mas ao mesmo tempo há sempre algum idoso(a) que mete conversa e que me dá conselhos em relação ao Ryan (filho) e isso faz-me lembrar da minha cidade, no Egíto”.

Yara trabalha na área de marketing, gere o próprio negócio e, para ela, não há nada como uma boa cafetaria ou espaço de co-working, onde possa ligar o computador e apreciar um bom café e a pastelaria portuguesa.

Chegou ao Porto em setembro, no dia de inauguração do novo Bolhão. Um dia que nunca esquecerá. Yara e a família pretendem ficar na Invicta, pelo menos um ano, mas como nómada digital que se ‘preze’, só o futuro dirá quando e qual será a próxima paragem.

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