Vai abrir no Porto exposição dos 60 anos de trabalho do arquiteto Hestnes Ferreira

Vai abrir no Porto exposição dos 60 anos de trabalho do arquiteto Hestnes Ferreira
DR
| Porto
Porto Canal / Agências

A exposição “Hestnes Ferreira - Forma | Matéria | Luz” vai mostrar 13 trabalhos do arquiteto Raúl Hestnes Ferreira (1931-2018), realizados ao longo de 60 anos, e será inaugurada este sábado, no Porto.

“Foram selecionados 13 trabalhos do arquiteto Raúl Hestnes Ferreira, e a parte essencial da exposição [“Hestnes Ferreira - Forma | Matéria | Luz”] são as memórias dos projetos”, seja em formato de peças desenhadas, fotografias a preto e branco e a cores, e maquetas”, explicou à agência Lusa Paula Abrunhosa, da Comunicação da Fundação Marques da Silva.

A exposição é inaugurada no sábado, dia 11 de fevereiro, na Casa-Atelier José Marques da Silva, no Porto, tem curadoria de Alexandra Saraiva, Patrícia Bento d’Almeida e Paulo Tormenta Pinto, e fica patente ao público até dia 29 de julho deste ano.

A mostra estabelece um caminho de “interpretação do processo invulgar de trabalho de Hestnes Ferreira e de leitura do significado da sua arquitetura”, lê-se na nota de imprensa enviada à comunicação social. Estrutura-se a partir do diálogo estabelecido entre a experiência do construído e a memória de projeto de um conjunto de 13 obras realizadas por Raúl Hestnes Ferreira, desde o início da década de 1960 até à atualidade.

Há uma sala dedicada ao tempo de formação do arquiteto, que passou pelas Escolas de Belas Artes de Lisboa e do Porto, e haverá um espaço para a projeção de alguns vídeos sobre o seu percurso.

“Está ainda pensado um conjunto de ações que decorrerão em paralelo com a exposição e que conta com a participação de nomes como Alexandre Alves Costa, Alexandra Saraiva, Ana Tostões, Bernardo Miranda, Luís Pavão e Luís Martinho Urbano”, lê-se na nota de imprensa enviada à comunicação social.

A inauguração da exposição está agendada para as 16:00, na Casa-Atelier José Marques da Silva, com uma visita guiada pelos curadores, Alexandra Saraiva, Patrícia Bento d’ Almeida e Paulo Tormenta Pinto.

A exposição é organizada pela Fundação Marques da Silva (Porto) e surge da continuidade dum processo de inventariação, tratamento e digitalização do acervo de Raúl Hestnes Ferreira, doado em 2018 àquela instituição, e do trabalho de investigação desenvolvido por Alexandra Saraiva sobre Hestnes Ferreira.

Raúl Hestnes Ferreira, filho do escritor José Gomes Ferreira (Porto, 1900 - Lisboa, 1985) e de Ingrid Hestnes (Noruega, 1904-1935), teve quatro filhos, Sílvia Hestnes Ferreira, o ator Pedro Hestnes Ferreira (1962-2011), Adriana Hestnes Ferreira e Ingrid Hestnes Ferreira.

A prática profissional iniciou-se enquanto estudante, no Porto (1955-58) e em Helsínquia (1957-58), através da passagem por vários ateliês de arquitetura.

Nos EUA colaborou com Louis Kahn, em Filadélfia (1963-65), tendo sido responsável pelo projeto para o Hospital Principal de Daca, no Bangladesh.

Em Portugal, colaborou com várias entidades públicas, nomeadamente com as Câmaras Municipais de Almada, Lisboa, Beja.

Entre os seus primeiros projetos, no início da década de 1960, destacam-se o conjunto habitacional da Praia da Luz, no Algarve, e a casa de Albarraque, que concebeu para o pai. O Bairro Fonsecas e Calçada, construído no âmbito do Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL, 1974-1977), a Escola Secundária José Gomes Ferreira, os novos edifícios da Faculdade de Farmácia e do ISCTE e a Biblioteca de Marvila, em Lisboa, estão entre projetos que se destacam no seu percurso.

Lecionou na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, na Cooperativa Árvore, no Porto, na Universidade de Coimbra, no ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa e na Universidade Lusófona.

Hestnes Ferreira recebeu vários prémios e distinções nacionais ao longo da sua carreira, como o Prémio Nacional de Arquitetura e Urbanismo (1982) da Secção Portuguesa da Associação Internacional de Críticos de Arte e o Prémio Valmor (2002). Recebeu o título Honoris Causa pela Universidade de Coimbra em 2007).

+ notícias: Porto

No 25 de Abril de 74 os portuenses “apoderaram-se” de uma cidade que lhes era negada

De documentos aos livros de história, a revolução dos cravos segue o mesmo enredo, as mesmas personagens, os mesmos acontecimentos. Mas o marco que foi o 25 de abril também se sentiu a Norte, nomeadamente no Porto onde as personagens são outras e recordam uma cidade que lhes foi devolvida ao fim de 48 anos de ditadura. São as histórias de quem viu, quem sentiu e resistiu na revolução dos cravos a partir da invicta.

Vandalizado mural na Maia dedicado ao 25 de abril

O Mural alusivo aos 50 anos do 25 de Abril de 1974 na Maia foi vandalizado durante a noite com pichagens de louvor a Salazar, anunciou a autarquia, que garantiu que a obra será na mesma inaugurada esta quinta-feira.

Desfile da Liberdade no Porto reúne milhares de pessoas

Com cravos vermelhos, bombos, bandeiras de Portugal e muitos cartazes, o Desfile da Liberdade junta esta quinta-feira, no Porto, milhares de pessoas que aproveitam as celebrações dos 50 anos do 25 de Abril para partilhar memórias e fazer apelos.