O regresso de um conflito antigo. José Mourinho e Roberto Martínez em "rota de colisão"
Porto Canal
O técnico português revelou na noite da passada quinta-feira que era a prioridade do presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, para suceder a Fernando Santos no comando da seleção das 'quinas'. As declarações do treinador da Roma surgem depois da apresentação de Roberto Martínez como selecionador nacional, onde o presidente da FPF frisou que no processo de escolha houve uma "única proposta concreta", sendo ela pelo técnico espanhol.
"Quero agradecer ao presidente da federação portuguesa: ele disse que eu não era a primeira escolha, mas a única escolha e que faria de tudo para me levar para casa encheu-me de orgulho. Mas não fui, estou aqui e estou a dar tudo de mim", declarou José Mourinho, na conferência de imprensa após a vitória dos 'Giallorossi' por 1-0 frente ao Génova, numa partida a contar para os oitavos de final da Taça de Itália.
Recorde-se que o nome de José Mourinho foi falado com insistência pela comunicação social, chegando mesmo a falar-se na possibilidade de conciliar o cargo na Roma com o de selecionador. Contudo, as negociações não avançaram e Roberto Martínez, que deixou a Bélgica após o Mundial do Catar, acabou por ser o escolhido para orientar os destinos do conjunto nacional.
No entanto, esta não foi a primeira vez em que o destino de ambos os treinadores se cruzaram.
Em 2015, na sequência da derrota do Chelsea, treinado à época pelo português, frente ao Everton, que seguia aos comandos do espanhol, José Mourinho e Roberto Martínez envolveram-se numa intensa troca de palavras. Após a partida que acabaria com uma pesada derrota para os “blues”, por 3-1, Mourinho ter-se-á mostrado furioso com o facto de Martinez, enquanto técnico visitante, ter sido o primeiro a responder aos jornalistas.
Na altura, o técnico espanhol comentou o sucedido com ironia, afirmando que: “Quando ele nos venceu por 6 a 3 na temporada passada, ele era um homem tão bom. Preferia-o assim”.
José Mourinho viria a pedir desculpa pelo seu comportamento, alegando que ele e a restante equipa tinham um horário muito apertado a cumprir, tendo a imprensa inglesa atribuído a raiva do português à série de maus resultados que o clube atravessava (três derrotas em cinco jogos).