Low rejeita fracasso e diz que futuro do futebol alemão está seguro

Porto Canal / Agências
O selecionador alemão, Joachim Low, recusou qualificar como um fracasso uma eventual derrota frente à Argentina na final do Mundial2014, por entender que o futuro do futebol germânico "está assegurado".
"Para mim, este não é o maior desafio da minha vida. Tive outros dois e cada um é especial. Há que ganhar muitos jogos para chegar até aqui. Amadurecemos e temos provado a qualidade do nosso jogo. Temos feito grandes progressos e se perdermos na final nada se desmoronará. O futebol alemão tem futuro e eu não tenho problema nenhum", disse Joachim Low.
Alemanha e Argentina reencontram-se quatro anos depois do Mundial2010, quando a seleção germânica goleou a sua congénere sul-americana nos quartos de final por 4-0, mas Low não receia "contas pendentes".
"Não tenho temor algum por saber que as duas seleções já tiveram duelos no passado. A Argentina tem sido uma equipa organizada e compacta, mais do que foi em 2010", disse.
O selecionador alemão rejeita, também, a ideia de que a Argentina depende só de Lionel Messi e lembra que "tem jogadores como Di Maria, Higuaín e Aguero", se bem que reconheça que o craque do FC Barcelona "pode decidir um jogo".
"Haverá muita luta e quem pense que a Argentina é só Messi é porque não viu a Argentina jogar. Eles vão querer ter a bola e atacar logo. Temos a confiança necessária e conhecemos os pontos fortes da Argentina", disse Low, que se diz "preparado para qualquer situação" que o adversário venha a colocar na final.
Um aspeto da seleção argentina que Low destaca é a solidez defensiva: "Reparámos que eles mudaram algumas coisas durante a competição. Podem jogar de duas formas, com muita pressão e ataque rápido ou recuando e fazendo um jogo de contenção".
"Têm uma defesa compacta e do meio campo para a frente homens capazes de transições rápidas. Demonstraram que podem estabilizar com oito ou nove homens atrás e logo contra-atacar. Mas também de saírem para o ataque desde o início", explicou.
Quanto à possibilidade de a Alemanha se tornar na primeira seleção europeia a conquistar um Mundial em solo americano, Low considera-a um dado secundário.
"O que importa é ganhar. No passado não aconteceu porque as seleções da América Latina se têm imposto. Seria uma alegria extra se fossemos a primeira seleção europeia a ganhar na América", reconheceu o selecionador germânico.
Questionado sobre se o estilo da atual seleção alemã privilegia mais a posse de bola e menos a força física, que foi sempre um ponto forte de gerações anteriores da "Mannschaft", Low reconhece que a equipa assimilou conceitos do futebol sul-americano, holandês e espanhol.
"Sim, há certa influência holandesa, porque temos viajado e estado atentos ao futebol internacional. Bebemos coisas da América do Sul, que podem ter-nos influenciado, e da Europa também, de Espanha ou da Holanda", afirmou.
Löw prosseguiu: "Os holandeses têm jogadores maravilhosos, que sabem ocupar maravilhosamente os espaços. Observámo-los, o seu treino é excelente e, além disso, têm dos melhores jogadores da Europa a nível individual".
Reiterando que o futuro do futebol alemão "está assegurado", Low defende que os jogadores desta seleção "têm futuro" e que há outros na calha que o deixam tranquilo em relação a esse aspeto, já para não falar de alguns que não puderam estar presentes no Brasil, por lesão, "como Gündogan ou Réus".
A final do 20.º Mundial de futebol realiza-se domingo, no Estádio Maracaña, no Rio de Janeiro, com início às 16:00 locais (20:00 em Lisboa) e arbitragem do italiano Nicola Rizzoli.