ARS Norte deve milhões de euros a enfermeiros e secretários das USF
Porto Canal
A administração Regional de Saúde (ARS) do Norte deve milhões de euros em incentivos a enfermeiros e secretários clínicos das unidades de saúde familiar (USF) modelo B, revela o Jornal de Notícias esta segunda-feira.
O prémio em causa corresponde a 300 euros mensais que se somam ao salário base e que são pagos caso os enfermeiros tenham cumprido os objetivos contratualizados no ano anterior. A maioria destes profissionais de saúde, porém, tem recebido apenas metade do valor acordado. No caso dos secretários clínicos, estes recebem um máximo de 150 euros por mês, em caso de cumpridos todos os objetivos.
Todas as regiões de saúde desrespeitam os prazos previstos na lei. Os médicos não são afetados.
De acordo com as contas feitas pelo Jornal de Notícias, estarão em dívida cerca de 1,75 milhões de euros só considerando os enfermeiros do Norte - valor que ascende a 2,53 milhões se a mesma fórmula for aplicada aos secretários clínicos.
Ao JN, fonte oficial da ARS Norte referiu que "é previsível que a situação fique regularizada até ao final do ano".
Os atrasos sentidos acontecem num momento particularmente difícil, tendo em conta o contexto de inflação e de perda de poder de compra das famílias, defende Diogo Urjais, vice-presidente da associação nacional de USF (USF-AN).
O Norte não é caso único e os atrasos têm sido uma constante nas várias regiões. A ARS Lisboa e Vale do Tejo pagou o acerto de contas relativo ao ano de 2020 em janeiro de 2022, refere Diogo Urjais. Este ano, regularizou os pagamentos relativos a 2021 em outubro, acrescentou.