Oposição nos Açores diz que ilhas sem hospital têm cada vez menos acesso à saúde

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Porto Canal / Agências

Horta, 10 jul (Lusa) - Os cinco partidos da oposição no parlamento dos Açores uniram-se hoje para condenar as mudanças no Serviço Regional de Saúde, considerando que estão a dificultar o acesso aos cuidados por parte de quem vive nas ilhas sem hospital.

A questão foi levada ao plenário da Assembleia Legislativa Regional pelo CDS-PP, através de um voto de protesto que PSD, PPM, BE e PCP apoiaram, mas que acabou chumbado pela maioria socialista.

O texto apresentado pelo CDS-PP destacava as consequências da forma como foram adotadas novas regras para a ida de médicos especialistas a ilhas sem hospital, sublinhando que houve uma "redução drástica e dramática" nas deslocações dos clínicos.

"Alteraram-se as regras, de forma mais ou menos unilateral; os sindicatos da classe alertaram que as novas regras não estavam de acordo com a negociação coletiva e os acordos coletivos de trabalho estabelecidos entre a tutela e os profissionais de saúde; abriu-se guerra a um sindicato; negociou-se com outro sindicato e alteraram-se, novamente, as regras. No meio deste processo, que rola desde finais do ano passado, ficaram os utentes das ilhas sem hospital privados de poder aceder a uma consulta de especialidade", considerou a deputada Ana Espínola, que leu o voto de protesto no plenário.

O CDS-PP sublinhou que "nem os médicos mantiveram as deslocações regulares e frequentes, nem os utentes foram deslocados para os hospitais", devido "à política economicista".

O partido condenou, por outro lado, o fecho dos laboratórios de análises clínicas nestas ilhas durante a noite (período em que são substituídos por equipamentos 'point of care', que permitem análises rápidas em alguns parâmetros) e "o caos instalado nas listas de espera cirúrgicas", em que ao cancelamento de uma operação, se seguem meses de espera por um reagendamento.

O executivo regional não pode intervir quando são apresentados votos de protesto, pelo que coube ao deputado do PS José San-Bento responder às acusações.

O socialista sublinhou que a reestruturação do Serviço Regional de Saúde mereceu um "amplo debate" na região, tendo o executivo açoriano reunido "contributos muito significativos" dos partidos e parceiros. Negou, ainda, que tenha como objetivo fazer cortes, sublinhando que, "pelo contrário", houve um "reforço orçamental" do setor.

Quanto às deslocações de médicos, lembrou que as novas regras visaram acabar com alguns "privilégios", como a duplicação de pagamentos, considerando haver hoje um regime "bom", "seguro", "mais justo" e "mais moralizado".

Reconhecendo que, numa fase inicial e de negociação, o número de deslocações foi afetado, considerou que, no entanto, a questão está agora "superada".

No entanto, o deputado Luís Maurício, do PSD, sublinhou que a "queda abrupta" nas deslocações dos médicos é anterior à portaria que mudou as regras e deveu-se à falta de pagamento dos centros de saúde aos clínicos.

MP // JLG

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