“Tsugi Porto" sobre envelhecimento criativo estreia-se no Coliseu do Porto

“Tsugi Porto" sobre envelhecimento criativo estreia-se no Coliseu do Porto
| Porto
Porto Canal / Agências

“Tsugi Porto” é um espetáculo de dança contemporânea que pretende mostrar o “envelhecimento criativo através do corpo”, juntando cerca de 50 bailarinos, dos 18 aos mais de 80 anos, e cuja estreia acontece esta sexta-feira, no Coliseu do Porto.

O nome “Tsugi Porto” é inspirado numa “técnica artesanal e milenar japonesa que consiste em recuperar peças de cerâmica com uma liga dourada”, dando “realce” a essa ligação, explicou o coreógrafo Rafael Alvarez.

“Tsugi Porto” tem estreia marcada para as 19:00 desta sexta-feira, no Coliseu do Porto, e tem entrada livre, sujeita ao número de lugares.

Em entrevista telefónica com a agência Lusa, Rafael Alvarez explicou que se pegou na ideia desta técnica de forma metafórica para o projeto “Tsugi Porto”, como forma de valorizar a experiência de vida, a “identidade de cada participante” e “todas as transformações que [se tem] ao longo do ciclo da existência”.

O espetáculo a estrear no Coliseu do Porto é o resultado do intercâmbio de todos os participantes ao longo de quatro dias no laboratório intensivo de criação.

Os cerca de 50 intérpretes não são profissionais, mas têm “vontade e motivação de trabalhar através da dança, em que a maioria tem mais de 55 anos e vai até pessoas com mais de 80 anos”, conta o coreógrafo.

“É um grupo alargado de maiores de 55 anos e seniores, das regiões do Porto, de Lisboa, de Ílhavo e de Paris […], que se vai juntar a jovens estudantes de dança da Escola Profissional do Balleteatro, da Companhia de Dança Kale e Ginasiano”, acrescentou Alvarez, destacando que o projeto tem uma “dimensão intergeracional” que trabalha através da dança e do intercâmbio artístico e diálogo criativo a inclusão.

“É partir do corpo e da dança para pensarmos o mundo à nossa volta e pensarmos, sobretudo, esta questão do envelhecimento. De que forma é que podemos transformar a visão do envelhecimento da nossa sociedade, não só a nível nacional, mas a nível global, partindo do nosso corpo, e valorizando o próprio corpo e a criação artística”, concluiu Rafael Alvarez.

Este espetáculo serve para celebrar um projeto mais alargado e que começou em novembro de 2021, também chamado de “Tsugi Porto”, e que leva todas as semanas aulas de dança contemporânea a diversos lares de terceira idade do Porto.

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