FC Porto: Pioneiros do futebol português há 129 anos
Porto Canal
Fundação do Futebol Clube do Porto foi divulgada a 28 de setembro de 1893. Um jornal lisboeta encarregou-se de anunciar a boa nova na última quinta-feira de setembro de 1893: “Fundou-se no Porto um clube chamado Football Club do Porto, o qual vem preencher a falta que havia no Norte do país de uma associação para os jogadores daquela especialidade. Que o Football Club do Porto apure um grupo rijo de jogadores (…) para animar os desafios de futebol como já são as corridas de bicicletas. Eis o que desejamos”.
As preces do Diário Ilustrado concretizaram-se. 129 anos volvidos, o FC Porto continua a representar a cidade, a região e o país como mais ninguém foi capaz de fazer até ao momento, tanto dentro como fora de portas. Graças a sucessivos plantéis recheados de qualidade, equipas técnicas de excelência e corpos diretivos dedicados, o clube nunca deixou de “animar os desafios de futebol” e com esse lema em mente arrancou a todo o gás para quase 13 décadas de história e glória num sem número de desportos.
Sinónimo de vitórias nas mais diversas modalidades - dos relvados às estradas, das balizas às tabelas, dos panos às piscinas, dos pelados às pistas e dos ringues às redes -, a instituição que começou por ter bases em Matosinhos já ganhou quase tudo o que havia para ganhar.
Desde os primeiros treinos no Campo do Prado, os primeiros jogos no Campo Alegre, as primeiras casas nos Campos da Rainha e da Constituição, os tempos provisórios no Lima e a mudança definitiva para as Antas, os portistas sagraram-se Campeões do Mundo, da Europa, de Portugal, venceram Taças e Supertaças em barda, encheram vitrines e os adeptos de alegria - sempre (e orgulhosamente) a 300 quilómetros dos corredores da capital.
Se António Nicolau de Almeida foi a figura de proa do movimento associativo de finais do século XIX que deu origem a um clube amplamente reconhecido além-fronteiras hoje em dia, em 1906 coube a José Monteiro da Costa a árdua tarefa de o reerguer. Nos primeiros 89 anos de existência, o FC Porto teve equipas humildes compostas por valorosos atletas que contrariaram o poder central em algumas ocasiões. Não as suficientes.
Isso só viria a mudar definitivamente em 1982, com a chegada de Jorge Nuno Pinto da Costa à presidência e de José Maria Pedroto ao comando técnico. Responsável pela conversão dos andrades em Dragões, a dupla que já tinha sido responsável pela quebra do jejum de 19 anos sem o principal título nacional – na altura com Pinto da Costa como diretor do futebol - transformou o clube numa máquina formadora de “grupos rijos de jogadores”, de sócios exigentes e, mais importante do que tudo, ganhadora de títulos.
Tão ganhadora que, quatro décadas volvidas, o emblema da Invicta é o mais bem-sucedido de Portugal. Bicampeão Europeu, foi o único a conquistar a Taça dos Campeões “a cores” e a Liga dos Campeões no atual e dificílimo formato, foi também o único a vencer a Taça UEFA (logo em duas ocasiões), a Supertaça Europeia e a sagrar-se Bicampeão do Mundo na Taça Intercontinental.
Sete troféus internacionais - contra apenas três dos restantes rivais internos, todos na longínqua década de 1960 - já compõem um pecúlio mais do que suficiente para coroar o FC Porto como o rei do futebol luso. Só que os números não ficam por aqui: apesar de a vastíssima maioria da comunicação social e dos adversários nunca o admitirem (e de até o tentarem contrariar com fábulas antigas), os Dragões somam mais 28 títulos do que o Sporting e os mesmos do Benfica.
O presidente responsável pela conquista de 65 dos 82 troféus que atestam a hegemonia azul e branca em Portugal - que também é o mais galardoado do futebol mundial - deixou bem claro qual terá de ser o mote para os próximos 129 anos na última gala dos Dragões de Ouro: “A obra continuará a crescer sempre, porque o FC Porto é eterno e tem uma qualidade fantástica”. Parabéns, Futebol Clube do Porto!