Catarina Martins: Escolha de Pizarro para a Saúde "não dá garantias"
Porto Canal / Agências
A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, defendeu este sábado, em Lisboa, que a escolha de Manuel Pizarro para ministro da Saúde não dá garantias de que os problemas do setor vão ser resolvidos.
"Enquanto o Governo continuar a achar mais normal pagar, a cada dois anos, mais em ressonâncias magnéticas feitas no privado, do que em comprar a maquina de ressonâncias magnéticas que o hospital de Setúbal precisa, o Serviço Nacional de Saúde vai ficar pior [...]. Desse ponto de vista, o nome da Manuel Pizarro não nos dá nenhuma garantia", afirmou Catarina Martins, que falava em conferência de imprensa, em Lisboa, após a reunião da Mesa Nacional do partido.
A coordenadora do BE referiu-se a uma entrevista dada por Manuel Pizarro, em 2019, na qual, segundo Catarina Martins, defendia que eram precisos mais privados e que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) não podia compensar melhor os seus profissionais.
"Se continuar a pensar assim, não terá soluções para o problema que temos pela frente", assinalou.
Catarina Martins disse ainda que a ministra Marta Temido apresentou a sua demissão perante a "degradação das condições" do SNS e a falta de soluções para resolver este problema.
Assim, reiterou que a nomeação do novo ministro "não resolve este problema por si só", defendendo uma mudança de políticas e investimento no SNS.
O primeiro-ministro, António Costa, propôs ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a nomeação do eurodeputado socialista Manuel Pizarro para o cargo de ministro da Saúde, em substituição de Marta Temido.
"Na sequência da proposta do primeiro-ministro, o Presidente da República conferirá posse sábado, ao novo ministro da Saúde, Manuel Francisco Pizarro de Sampaio e Castro, pelas 18:00, no Palácio de Belém", lê-se numa nota publicada, esta sexta-feira, na página oficial da Presidência da República.
Manuel Pizarro foi secretário de Estado da Saúde no segundo executivo liderado por José Sócrates, tendo como ministra Ana Jorge.
Marta Temido, de 48 anos, pediu a demissão de ministra da Saúde no passado dia 30 de agosto, mas António Costa pediu-lhe para se manter em funções mais algumas semanas até concluir a aprovação do diploma que regulamenta o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Esse diploma foi aprovado em Conselho de Ministros e apresentado pela própria Marta Temido na quinta-feira.