A GALP pretende flexibilizar o Plano Diretor Municipal (PDM) de Matosinhos, de modo a concretizar o projeto de investimento que tomará o lugar da antiga refinaria da Petrogal em Leça da Palmeira, encerrada no ano passado.

Segundo o semanário Expresso desta semana, essa pretensão visa um desenvolvimento mais abrangente da componente imobiliária do projeto.

De acordo com as regras urbanísticas em vigor até 2029, os terrenos da antiga refinaria enfrentam uma restrição de 10% de ocupação para fins habitacionais, devendo ser usados maioritariamente por serviços e indústria. A autarca de Matosinhos, Luísa Salgueiro, veio já garantir que “não haverá alteração ao PDM em vigor”, porém, a vontade da GALP agora manifestada pode mudar tudo.

De acordo com o semanário Expresso, a Galp Energia contratou a empresa holandesa MVRDV para desenvolver o projeto de regeneração dos 240 hectares da antiga refinaria de Matosinhos, recentemente desativada, e esta tem a partir de agora 12 meses para desenhar o projeto que definirá a ocupação daquela área.

Entre as várias empresas subcontratadas foram selecionadas duas portuguesas: a OODA e a A400. Apesar de os promotores do projeto quererem preservar a memória do industrial da refinaria, o espaço acolherá novas funções, como um novo polo da Universidade do Porto, empresas de base tecnológica, um hotel, comércio, restauração, um parque verde e habitação.

A Galp prevê que os primeiros projetos avancem num prazo de quatro anos.

A antiga secretária de Estado da Indústria, Ana Teresa Lehmann, que lidera o grupo de trabalho criado pela Galp para desenvolver o projeto de regeneração dos terrenos da antiga refinaria, afirmou ao Expresso que este projeto "criará um vasto número de empregos" mas que é preciso “trabalhar em conjunto com município e com a comunidade.” Por enquanto, o avanço do projeto está dependente do desmantelamento da atual estrutura e da descontaminação dos solos.