Paulo Bento diz que não se demite do cargo de selecionador

| Mundial 2014
Porto Canal / Agências

O selecionador português de futebol disse hoje que não se demitirá após o jogo com o Gana, mesmo que a equipa seja eliminada na primeira fase do Mundial2014, falhando dessa forma o principal objetivo para o torneio.

"Aconteça o que acontecer não me demito do cargo de selecionador nacional, porque não é a minha intenção, não é a intenção da Federação Portuguesa de Futebol e não a intenção do seu presidente", disse, com firmeza, Paulo Bento durante a conferência de imprensa realizada no Estádio Nacional, em Brasília, palco do jogo de quinta-feira.

O treinador assumiu-se como "único responsável pelo que se está a passar" no Brasil e pelo eventual falhanço na qualificação para os oitavos de final, mas lembrou que o âmbito do seu contrato como selecionador português ultrapassa o Mundial2014.

"Sei qual é a minha responsabilidade e sei que em abril cheguei a acordo com a federação e que esse acordo não tinha só a ver com os resultados no Campeonato do Mundo, mas também com o objetivo para [o Europeu de] 2016", assinalou.

Paulo Bento explicou que, após a competição, irá "analisar" o que correu mal no Brasil, mas não deixou dúvidas sobre o grau de comprometimento com a equipa das "quinas": "O meu sentimento hoje é, precisamente, o mesmo que tinha antes do jogo da Suécia, quando transmiti o orgulho e satisfação que tenho em estar na seleção nacional".

Paulo Bento exige "profissionalismo" e "caráter" frente ao Gana

Paulo Bento exigiu hoje "profissionalismo" e "caráter" aos futebolistas da seleção portuguesa no jogo com o Gana, no qual pretende "esgotar as poucas possibilidades" que Portugal tem de se apurar para os oitavos de final do Mundial2014.

"Não se deve pedir profissionalismo e caráter. É uma exigência. Devemos esgotar as poucas possibilidades que temos no jogo de amanhã [quinta-feira]", advertiu o selecionador português, durante a conferência de imprensa realizada no Estádio Nacional, em Brasília, palco do jogo da terceira e última jornada do Grupo G.

Paulo Bento reconheceu que a equipa lusa está numa "situação extremamente complicada", depois da goleada sofrida na estreia frente a Alemanha, por 4-0, e do empate 2-2 concedido no domingo perante os Estados Unidos, resultados que atiraram Portugal para o último lugar do agrupamento.

"O mais importante é sabermos que a nossa motivação tem de ser elevada, nem que seja só pelo princípio de defender a seleção nacional. Seja o último jogo que façamos, ou não, nesta grande competição", observou.

Para conquistar o apuramento para os oitavos de final, Portugal precisa não só de golear a seleção africana, como de esperar que o resultado do outro jogo do Grupo G, entre a líder Alemanha e os Estados Unidos, segundos colocados, não se salde por uma igualdade.

Paulo Bento admitiu que "a situação é ainda mais complicada, porque há outras coisas que têm de acontecer", mas rejeitou temer um empate de conveniência entre alemães e norte-americanos, pois "no futebol, como na vida, não deve existir medo, mas respeito, dignidade e trabalho".

A "única preocupação" é o Gana, que também está na corrida pelo apuramento, inclusive em melhor posição do que Portugal, pois tem um saldo menos negativo entre golos marcados e sofridos, e que, segundo Paulo Bento, não deixará transparecer em campo a discórdia motivada pela falta de pagamento dos prémios aos jogadores.

"É uma equipa tecnicamente evoluída, com índices físicos e de agressividade elevados. Possui jogadores muito velozes, é muito forte no contra-ataque e também tem um objetivo: ganhar e qualificar-se", assinalou o selecionador luso.

 

O técnico reafirmou a "total confiança" no departamento médico da seleção, cujos jogadores sofreram várias lesões musculares durante o estágio e a fase final da prova, considerando um "facto normal" e "pacífico" a defesa da sua posição que foi assumida na terça-feira pelo vice-presidente federativo Humberto Coelho.

"Nem era preciso que o fizesse, porque tem sido feito de forma permanente. Antes do jogo da Suécia ou quando estávamos num momento extremamente complicado, como foi o caso do jogo no Azerbaijão e em Israel. Nunca falhou e agora também não", notou.

Para conquistar o apuramento para os oitavos de final, Portugal, último classificado, precisa não só de golear na quinta-feira a seleção africana, como de esperar que o resultado do outro jogo do Grupo G, entre a líder Alemanha e os Estados Unidos, segundos colocados, não termine com um empate.

O primeiro encontro entre as seleções de futebol de Portugal e do Gana realiza-se na quinta-feira, no Estádio Nacional, em Brasília, com início às 13:00 (17:00 em Lisboa) e será dirigido pelo árbitro do Bahrain Nawaf Shukralla.

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