FC Porto “criou todas as condições para sair do fair-play financeiro” na apresentação das contas de 2020/21
Porto Canal com FC Porto
A garantia foi dada por Fernando Gomes, na manhã desta terça-feira, no decorrer da cerimónia de apresentação dos resultados financeiros da SAD portista relativos ao exercício de 2020/21 - os melhores de sempre “em termos absolutos”. De acordo com o administrador da sociedade, o resultado líquido positivo de 33,405 milhões de euros deveu-se à “boa performance europeia”, que trouxe uma receita superior a 73 milhões de euros, e ao valor atingido com a transação de passes de jogadores, de 74,8 milhões de euros.
Segundo o vice-presidente da instituição com o pelouro financeiro, o ativo da SAD azul e branca - que cresceu 107,2 milhões de euros - “está sólido” e os capitais próprios negativos não são motivo de alarme. “Noutra área, que não o futebol, seria razão de seríssima preocupação. No futebol os ativos estão subvalorizados. Se estivessem em valores corretos, os capitais próprios não seriam estes”, explicou, antes de acrescentar que, no Relatório e Contas, o valor contabilístico do plantel é de “apenas 110 milhões de euros”, o que não corresponde à realidade.
A saída dos Dragões do fair-play financeiro é, para Fernando Gomes, “uma situação objetiva” que “não carece de interpretações dúbias”. “Estas contas vão ser enviadas para a UEFA e esperamos que o organismo faça uma declaração pública no seu site para dizer que o FC Porto cumpriu com o que lhe era exigido”.
Depois de referir que as “contas seriam muito melhores se fontes de rendimento como a bilhética tivessem aparecido”, o administrador fez questão de “prestar homenagem” aos “associados e sponsors” que, “apesar de não haver público, não fizeram grandes reduções na despesa”. “Houve muitos sócios de lugar anual e detentores de camarote que não exigiram a devolução dos valores pagos”, revelou.
Questionado sobre a necessidade de vendas para equilibrar os resultados no decorrer do presente exercício financeiro, Fernando Gomes divulgou: “O valor que consta no nosso orçamento é da ordem dos 50 milhões de euros em mais-valias, no mínimo. Estabelecemos outro patamar, na ordem dos 80 milhões, mas o valor mínimo para respirarmos são 50 milhões”.