Convenção Nacional da Saúde pede novas respostas com urgência no setor

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 07 jul 2021 (Lusa) -- O presidente da Convenção Nacional da Saúde, Eurico Castro Alves, defendeu hoje que a pandemia de covid-19 precipitou os desafios que a saúde tem pela frente, impondo-se "a urgência de uma nova solução" que responda aos anseios dos cidadãos.

Durante a cerimónia de entrega do Prémio Direitos Humanos 2020, com que a Assembleia da República distinguiu os profissionais de saúde, o responsável pela Convenção pediu cuidados de saúde com melhor acesso e mais qualidade, mais equitativos e mais próximos dos cidadãos.

"Não podemos deixar ficar ninguém para trás. Este é o tempo de levantar os braços e apostar na recuperação rápida de todos os doentes que ficaram por diagnosticar, por tratar, por cuidar ou operar durante a pandemia", disse.

O prémio entregue à Convenção visa distinguir todos os profissionais de saúde pela forma como têm atuado no tratamento de milhares de cidadãos atingidos pela covid-19.

Durante a cerimónia foram também atribuídas medalhas de ouro comemorativas do 50.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos à cientista Elvira Fortunato, pela excelência do trabalho de investigação em vários domínios, a Maria do Rosário Martins, pela coordenação de um estudo comparativo sobre as consequências da pandemia em famílias imigrantes e portuguesas na Amadora, e a David Rodrigues, dirigente da Associação Nacional de Docentes de Educação Especial, pelo contributo para a educação inclusiva.

Elvira Fortunato dedicou a distinção à ciência e aos cientistas, mas também às mulheres: "Muito embora sejamos metade da população, o trabalho das mulheres ainda continua a ser menos valorizado. Por isso, gostaria também de dedicar este prémio a todas as mulheres que trabalham e lutam todos os dias por mais igualdade de oportunidades".

A cientista destacou a importância do papel agregador da ciência, nomeadamente na pandemia de covid-19, com a produção de vacinas num curto espaço de tempo, facto que considerou "impensável há dois anos atrás".

"Só será com mais ciência e mais tecnologia que se resolverão os maiores desafios que o nosso mundo enfrenta, como combater o cancro, adaptar-se às alterações climáticas, proteger os nossos oceanos, viver em cidades mais verdes e garantir a saúde do solo e a alimentação, só para citar alguns", disse.

Elvira Fortunato destacou também o que classificou como "excelente trabalho" da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na liderança da compra e distribuição de vacinas contra a covid-19 para que todos os Estados-membros da União fossem" tratados de forma igualitária".

"Caso isso não tivesse sido feito, tenho sérias dúvidas se eu e todos os presentes aqui nesta sala estaríamos hoje aqui. Esta atitude é uma evidência da aplicação da Declaração Universal dos Direitos Humanos e que teve também, e em muito, o contributo da presidência portuguesa da União Europeia", considerou.

Maria do Rosário Martins realçou, por seu lado, que em todos os países a pandemia "exacerbou as disparidades económicas e sociais já existentes" e afirmou que em Portugal, até hoje, os dados epidemiológicos da doença nas populações vulneráveis, nomeadamente nos migrantes, "não existem".

"Já relativamente aos efeitos indiretos, o estudo aqui hoje premiado, que faz o seguimento, desde 2019, de 420 famílias nativas e imigrantes, oriundas de países da CPLP, residentes na Amadora, mostrou que os imigrantes foram os mais penalizados", em termos económicos e sociais.

O trabalho, que vai ser alargado, revelou também que esta população teve dificuldades acrescidas nos cuidados de saúde durante a pandemia.

O presidente e fundador da Pró-Inclusão -- Associação Nacional de Docentes de Educação Especial frisou, durante a intervenção na Sala do Senado da Assembleia da República, que a inclusão deve estar em todas as escolas e sublinhou a importância da educação em sociedades democráticas.

"A educação é o oposto do populismo. O populismo alimenta-se do fátuo e do efémero e procura recolher e amplificar o medo, a desconfiança e aprofundar o fosso entre nós e eles", declarou.

"Pelo contrário, a educação aposta na confiança, no conhecimento e no respeito por todos", sublinhou, depois de receber a condecoração.

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