Rui Costa alerta para excessiva pressão sobre Ronaldo
Porto Canal
O ex-internacional português Rui Costa considera, em entrevista à agência Lusa, que Portugal pode ter êxito no Mundial de futebol de 2014, lembrando que é importante não descarregar tudo em cima de Cristiano Ronaldo.
“É normal que haja dependência do Cristiano. Estamos a falar do melhor jogador do Mundo, é normal que depositemos toda a confiança nele. Por outro lado, embora seja legítima a confiança que temos no Cristiano, é importante não descarregar tudo em cima dele, é importante que outros jogadores sintam a sua responsabilidade também, porque, se não, entraremos no campo de atribuir a responsabilidade a uma pessoa só, quer pelo êxito, quer pelo inêxito”, referiu.
Para Rui Costa, “tem de haver um dividir de responsabilidades”, mesmo sabendo-se “que o Cristiano é o jogador que pode dar alguma coisa a mais, porque é o melhor do Mundo”.
“Não podemos pensar que só teremos sucesso se o Cristiano fizer 10 golos no Mundial, assim como também não podemos pensar que se ele não fizer os 10 golos a responsabilidade é do Cristiano”, frisou.
De acordo com o ex-camisola 10 da seleção “AA”, “é legítimo, que, de uma forma geral, se sinta muita confiança no Ronaldo, porque ele também precisa disso, porque é um jogador que quanto mais confiança sente, mais rende, mas sem eliminar a responsabilidade de toda a gente que vai estar à volta do Cristiano, porque ele não pode ser único neste Mundial”.
Sobre a prestação da equipa das “quinas” no Brasil, Rui Costa lembra que esta geração nunca falhou e esteve sempre em todas as fases finais de grandes competições.
“Eu acredito que se nós dermos espaço a esta seleção como demos no Europeu, para o qual não havia muitas pessoas otimistas, ela vai outra vez ter êxito. Posso discutir se é melhor ou pior geração, mas há uma coisa que é verdade, esta seleção ainda não falhou. Perdeu o Europeu contra a Espanha, bicampeã da Europa e campeã do Mundo”, afirmou.
Para o atual administrador da SAD do Benfica, esta “é uma seleção com muita competência, quer a nível de selecionador, quer de jogadores, e até ao nível da estrutura”.
“Embora não sinta grande otimismo no país sobre essa presença, eu continuo otimista e a pensar que poderá fazer tão bem como no último Europeu”, concluiu.