Consórcio de Guimarães quer comprar têxtil Coelima e garante postos de trabalho

Consórcio de Guimarães quer comprar têxtil Coelima e garante postos de trabalho
| Norte
Porto Canal com Lusa

Um consórcio com sede em Guimarães quer comprar a têxtil Coelima, que soma mais de 250 trabalhadores e apresentou a insolvência em abril, lê-se na proposta que deu entrada no tribunal, a que a Lusa teve hoje acesso.

Entre outros pontos, a proposta que deu entrada no Tribunal de Comércio de Guimarães, no distrito de Braga, tem como condição a manutenção dos postos de trabalho, bem como a assunção dos direitos e antiguidade dos trabalhadores.

"Como demonstração séria do interesse deste consórcio na viabilidade da presente proposta, este consórcio apresenta ainda a disponibilidade de adiantamento imediato do montante que segundo a anterior administração provisória da insolvente será necessário para manter a empresa insolvente em funcionamento durante o mês de junho, cujo valor acresce a quantia de 200 mil euros", lê-se na proposta.

No texto é ressalvado, no entanto, que "a manutenção dos postos de trabalho dos cargos de direção fica sujeita à condição de uma avaliação prévia das suas competências para o exercício das referidas funções e da necessidade da sua manutenção".

O consórcio que pretende adquirir a Coelima, têxtil de Guimarães que completa 100 anos no próximo ano, é composto pelas sociedades R.TL., SA e José Fontão & Cia, Lda.

Na proposta, os proponentes a investidores pedem a "transmissão definitiva do estabelecimento da insolvente (...) com todo o seu ativo", o que inclui bens, marcas, maquinaria e carteira de clientes.

O consórcio compromete-se a pagar os créditos à Autoridade Tributária, Segurança Social e créditos bancários em prestações mensais.

São condições deste grupo de empresas que a Coelima se mantenha em funcionamento, a preservação da carteira de clientes, bem como da equipa que compõe o departamento comercial atual.

Também é exigido que a administração cessante apresente um conjunto de documentos "imprescindíveis para a elaboração de um plano de negócios" a elaborar em 30 dias após a receção.

"A presente proposta tem como fim único manter viva a empresa e a marca Coelima, empresa centenária, histórica e que alberga mais de 250 famílias através dos seus trabalhadores", conclui a proposta.

A Coelima -- Indústrias Têxteis apresentou-se à insolvência em 14 de abril, na sequência da quebra de vendas "superior a 60%" provocada pela pandemia e da não aprovação das candidaturas que apresentou às linhas de apoio devido à covid-19.

"A empresa decidiu avançar com o pedido de insolvência, fruto da situação criada pela pandemia, que provocou uma forte redução das vendas e uma pressão sobre a tesouraria insustentável", adiantou, na altura, à agência Lusa fonte oficial da têxtil.

O anúncio da sentença de declaração de insolvência foi publicado em 22 de abril, com a empresa a apresentar um passivo de perto de 30 milhões de euros e cerca de 250 credores no final de 2020.

Na quarta-feira, a administração da têxtil Coelima anunciou que não vai apresentar um plano de insolvência com vista à recuperação da empresa, por não estarem "reunidas as condições que permitam assegurar a manutenção da exploração".

"Ao longo das últimas semanas, a Coelima trabalhou ativamente no sentido de reunir os apoios necessários à sua recuperação e à viabilização da implementação de um plano de insolvência. Apesar de todo o empenho e trabalho desenvolvido, não foi possível à Coelima conseguir o compromisso das várias partes envolvidas tendo em vista a apresentação de um plano, pelo que a decisão sobre o futuro da empresa caberá aos seus credores", avançou fonte oficial da empresa à Lusa.

Na petição de apresentação à insolvência, a têxtil, com 253 trabalhadores, tinha requerido ao tribunal que lhe fosse atribuída a administração da massa insolvente, tendo-se então "comprometido a apresentar um plano de insolvência que previsse a manutenção da exploração da atividade da empresa".

Constituída em 1922 e uma das maiores produtoras de roupa de cama, a têxtil de Guimarães integra o grupo MoreTextile, que em 2011 resultou da fusão com a JMA e a António Almeida & Filhos e cujo acionista principal é o Fundo de Recuperação gerido pela ECS Capital.

+ notícias: Norte

Rede UNIR lidera reclamações sobre transportes registadas no Portal da Queixa

A rede de transportes metropolitanos UNIR, que opera em 17 municípios da Área Metropolitana do Porto, continua a gerar críticas cerca de cinco meses depois de ter entrado em funcionamento. No Portal da Queixa, desde dezembro até abril, foram registadas 400 queixas de utilizadores.

Câmara de Viana do Castelo vai explorar o serviço público de transportes

A Câmara de Viana do Castelo aprovou esta terça-feira, por maioria, assumir a exploração do serviço público de transportes na área urbana da cidade a partir de setembro de 2025, data em que termina a atual concessão do serviço.

Saiba onde vão estar os radares em maio no Norte do país

A Polícia de Segurança Pública (PSP) anunciou, no âmbito da habitual operação “Quem o avisa…”, onde e quando vão estar localizados os radares de velocidade para o mês de maio.