Nova versão da ópera-teatro "O doido e a morte" a partir de sexta-feira em Almada

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 22 mai (Lusa) -- Uma nova versão da peça e ópera "O doido e a morte", de Alexandre Delgado, encenada por Rodrigo Francisco, sobe na sexta-feira ao palco do Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada.

Com base na peça homónima de Raul Brandão, a obra de Alexandre Delgado retoma a versão composta em 2009, representada na mesma sala de Almada, com encenação de Joaquim Benite, quinze anos após a estreia da versão original, na iniciativa Lisboa Capital da Cultura 1994.

Em declarações à agência Lusa, Alexandre Delgado sublinhou a atualidade do texto, considerando-o "um dos mais geniais do teatro português".

"É de uma atualidade eterna. Tinha 28 anos quando a compus e andei à procura de um texto perfeito quando descobri ´O doido e a morte`, e vi logo que era esse", frisou.

O compositor define o texto como "extremamente cómico e extremamente trágico", com o "virtuosismo de falar de coisas sérias a brincar, obrigando as pessoas a pensar".

"Um texto que oscila entre um ritmo frenético e momentos em que o tempo paralisa e em que o doido fala muito seriamente das injustiças da vida, do porquê da existência e de como é possível que a grandeza e a mediocridade coexistam", acrescentou.

Segundo o compositor, a versão a representar agora é muito diferente da estreada em Lisboa em 1994, já que "surge emparelhada com a peça de teatro, pois a ópera só dura meia hora".

Depois da estreia em 1994, a ópera já foi representada na Alemanha (1996), em Cascais e na Póvoa de Varzim (1997), no Porto e em Aveiro (2005) e em Almada (2009).

Desta vez, o espetáculo começa com a representação da peça de teatro, seguida da ópera, com a mesma marcação e o mesmo figurino, disse o compositor, que está a pensar realizar uma operação de "crowdfounding" para custear a edição do CD da ópera, que já gravou, disse o próprio à Lusa.

"O doido e a morte" conta a história da ameaça de morte que o Sr. Milhões leva dentro de uma caixa até ao gabinete de Baltasar Moscovo, governador civil e dramaturgo frustrado.

Refém de um doido, Baltasar verá as suas fraquezas expostas, sendo forçado a ouvir e a concordar com a crítica que o Sr. Milhões dirige a uma sociedade que vai multiplicando as injustiças.

Coproduzida pelo Teatro de Almada e pelo Teatro Nacional de S. Carlos, "O doido e a morte" - uma farsa em um ato escrita por Raul Brandão (1867-1930) em 1923 - vai estar em cena nos dias 23, 24, 29, 30 e 31 de maio, às 21:30, e no dia 25 de maio, às 16:00, no Teatro Municipal Joaquim Benite.

É interpretada por Alberto Quaresma, André Gomes, Maria Frade e Miguel Martins, e cantada pela meio-soprano Susana Teixeira, pelo tenor Carlos Guilherme e pelo barítono Luís Rodrigues.

Com direção musical de Alexandre Delgado e participação da Orquestra Sinfónica Portuguesa, a peça e ópera têm cenário de Jean-Guy Lecat, luz de José Carlos Nascimento e caracterização de Sano de Perpessac.

CP // MAG

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