Mediadores criam "pontes de comunicação" entre Governo e oposição na Venezuela

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Porto Canal / Agências

Caracas, 20 mai (Lusa) - A União de Nações da América do Sul (Unasul) e o Vaticano abriram, na segunda-feira, novas "pontes de comunicação" entre o Governo e a oposição venezuelana, anunciou o ministro de Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño.

"A Comissão de ministros da Unasul e o Núncio (Apostólico) abriu, outra vez, pontes de comunicação na Venezuela. Avançámos em vários pontos da agenda", disse Ricardo Patiño, através da sua conta na rede social Twitter.

Os progressos foram registados um dia depois de a coligação da oposição - Mesa de Unidade Democrática (MUD) - ter submetido à Unasul um documento com exigências para retomar o diálogo, suspenso desde 13 de maio, em protesto pela "repressão brutal" das forças de segurança contra manifestações pacíficas e por as conversações não estarem a dar resultados.

"Suster um processo de diálogo não é fácil, mas temos encontrado a disposição favorável do Governo da Venezuela e da MUD", explicou Ricardo Patiño.

A oposição venezuelana insiste que para que o "diálogo progrida" o Governo venezuelano tem de estar "na disposição de ratificar" e dar sinais para retomar as conversações.

Segundo o secretário executivo da MUD, Ramón Guillermo Aveledo, a oposição exige que sejam analisados "os casos dos presos políticos, asilados e processados" que estima à volta de 6.000 e a elaboração de um relatório sobre as violações dos direitos humanos durante a repressão a manifestantes.

A oposição exige ainda que seja criada uma "verdadeira" Comissão da Verdade Imparcial, que estabeleça as responsabilidades pelos mortos e pela violência, mas que não seja presidida pelo presidente do parlamento (Diosdado Cabello) nem por responsáveis da oposição.

O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, insiste que não se irá "levantar da mesa de diálogo" e atribuiu a suspensão a "grandes pressões" vincando que "já o simples diálogo e o debate é um resultado positivo".

Há mais de três meses que se registam diariamente protestos na Venezuela, os quais resultaram em mais de 40 mortos, milhares de feridos e de detidos, tendo sido abertas 160 investigações por alegadas violações de direitos humanos dos manifestantes, entre eles tortura e maus-tratos.

A 10 de abril, o Governo venezuelano e a oposição decidiram encetar um processo de diálogo, o qual tem como "facilitadores" o Vaticano, o Brasil, o Equador e a Colômbia, estes três últimos em nome da União de Nações da América do Sul.

O Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela determinou, a 25 de abril, que qualquer concentração ou manifestação pacífica tem que ser previamente autorizada e que o direito de manifestação não é absoluto, admitindo restrições, apesar de estar contemplado na Constituição.

FPG // DM.

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