O selecionador do Irão, Carlos Queiroz, e os seus jogadores queixaram-se hoje do equipamento fornecido pela federação nacional, alegando que as camisolas e as meias encolhem na lavagem e que as chuteiras são demasiado pequenas.

“Antes de jogos cruciais contra o Qatar e a Coreia do Sul, que foram jogados em condições extremas de humidade, o equipamento entregue não se mostrou próprio. Isto podia ter colocado o Irão fora do Mundial”, acusou Carlos Queiroz, antes de a sua seleção partir para um estágio na Áustria.

De acordo com o selecionador, a federação iraniana de futebol não forneceu equipamento suficiente para os jogos e errou no número das chuteiras, uma culpa partilhada pelo fabricante Uhlsport.

“Se derem botas 34 a alguém que usa 44 essa pessoa não conseguirá caminhar cinco metros”, apontou, indicando também que quando só há um fato de treino por pessoa, a ter de ser usado de manhã e à tarde, o resultado não pode ser bom.

Este episódio deteriorou ainda mais a relação entre Carlos Queiroz e a federação, devido à turbulenta preparação para o Mundial2014, prova que começa a 12 de junho, no Brasil.

Tal como o treinador português, também vários jogadores se queixaram do equipamento.

“Deram-nos meias grandes, que, depois de dois dias e de serem lavadas, encolheram para um tamanho pequeno”, disse o avançado Karim Ansarifard, em conferência de imprensa.

Mohammad Reza Khalatbari acredita que o Irão está a receber equipamentos de qualidade inferior: “Estamos mesmo cansados disto. Não percebo porque toda a gente está a defendê-los. Quando há algo errado, devemos admitir que há um problema”.

O presidente da federação iraniana, Ali Kafashian, lamentou que Carlos Queiroz tenha escolhido lavar “roupa suja” em público, enquanto o representante da Uhlsport no Irão, Mahmoud Piri, negou que houvesse algo de errado com o equipamento, sugerindo que as críticas do português se devem a um conflito pessoal devido a aspetos económicos com o fabricante.

O Irão vai disputar o grupo F do Mundial2014, juntamente com Argentina, Nigéria e Bósnia.