PSD quer ministros da Economia e do Trabalho a explicar fecho da refinaria de Matosinhos
Porto Canal
O PSD pediu hoje a audição conjunta, no parlamento, dos ministros da Economia e do Trabalho para darem explicações sobre o encerramento da refinaria da Galp, em Matosinhos, e "o envolvimento do Estado português" na decisão.
A decisão da Galp, "empresa na qual o Estado ainda é um acionista de referência e onde detém uma participação de capital com expressão", vai ter "implicações imediatas", como "o fim da produção de determinados produtos que não será possível replicar em Sines", e "efeitos muito nefastos ao nível da economia local e do emprego direto e indireto de 1.500 trabalhadores", justificou o PSD.
No pedido de audição dos ministros Pedro Siza Vieira e Ana Mendes Godinho nas comissões parlamentares de Economia e do Trabalho, o grupo parlamentar social-democrata alegou que a Galp é "uma empresa na qual o Estado ainda é um acionista de referência e onde detém uma participação de capital com expressão" e sugere o "conhecimento e responsabilidade específica do Estado face a esta decisão" de encerrar a unidade de Matosinhos.
A Galp vai concentrar as suas operações de refinação e desenvolvimentos futuros no complexo de Sines e descontinuar a refinação em Matosinhos a partir do próximo ano, anunciou a empresa em 23 de dezembro de 2020.
Em causa estão, segundo os sindicatos, 500 postos de trabalho diretos e 1.000 indiretos.
Num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Galp referiu que "continuará a abastecer o mercado regional mantendo a operação das principais instalações de importação, armazenamento e expedição de produtos existentes em Matosinhos", e que está a "desenvolver soluções adequadas para a necessária redução da força laboral e a avaliar alternativas de utilização para o complexo".
A empresa disse que as "alterações estruturais dos padrões de consumo de produtos petrolíferos motivados pelo contexto regulatório e pelo contexto covid-19 originaram um impacto significativo nas atividades industriais de 'downstreaming' da Galp", e afirma que "o aprovisionamento e a distribuição de combustíveis no país não serão impactados por esta decisão".
O Estado é um dos acionistas da Galp, com uma participação de 7%, através da Parpública.