Arsenal do Alfeite soma prejuízos de 4,9 milhões de euros em 2013

| Economia
Porto Canal / Agências

Redação, 07 mai (Lusa) - O Arsenal do Alfeite (AA), uma das empresas públicas do setor naval, registou prejuízos de 4,9 milhões de euros em 2013, uma melhoria de 600 mil euros face ao resultado, também negativo, do ano anterior.

Os números constam do último relatório e contas, consultado hoje pela agência Lusa, e significam que os estaleiros públicos responsáveis pela reparação e manutenção dos navios da Marinha portuguesa registaram gastos operacionais de 21,1 milhões de euros para proveitos que rondaram os 15,9 milhões.

O aumento de 18% nos proveitos, quando comparado com 2012, é justificado pela administração, neste relatório, com o "incremento dos serviços de reparação naval prestado ao principal cliente - Marinha Portuguesa".

As contas refletem um resultado líquido negativo de 4,890 milhões de euros, que compara com os prejuízos de 5,4 milhões de euros em 2012 e de 2,2 milhões de euros em 2011.

Apesar deste novo prejuízo, consecutivo, a administração garante que o AA "mantém as capacidades para oferecer no futuro e no mercado global um conjunto de competências que necessariamente se traduzirão num retorno muito superior ao custo acumulado de manutenção" das suas "capacidades técnicas".

A empresa terminou o ano com 561 trabalhadores, uma redução de 36 efetivos quando comparado com o final de 2012, explicada pela administração com "uma política de admissões restritiva" e com o "número de saídas voluntárias [41] registadas".

Os encargos com o pessoal, incluídos nos gastos operacionais, ascenderam neste período a 14,6 milhões de euros.

Entre as reparações e trabalhos de manutenção realizados em 2013 contam-se as intervenções nos navios-patrulha "Cuanza" e "Zaire", bem como na corveta "António Enes". Ainda a reparação dos motores do submarino Tridente ou a docagem do Navio Oceanográfico "Gago Coutinho", todos da Marinha portuguesa, além de outros do setor comercial.

A empresa pública, integralmente controlada pela holding pública das indústrias de Defesa Empordef, realizou ainda a docagem da fragata "Hassan II", da Marinha Real de Marrocos, o primeiro navio combatente estrangeiro ali intervencionado.

"A administração formula votos de grande sucesso para a aproximação que se tem vindo a realizar com a Marinha Real de Marrocos", lê-se no relatório, numa alusão aos três navios daquela força naval que já passaram pelo Alfeite desde 2012 e à "prioridade" que a empresa pretende dar a esta componente de "internacionalização".

A "interdependência" com aquela marinha, perspetivando a chegada de mais dois navios marroquinos para reparar em 2014, "poderá significar a viragem estratégica para a sua [AA] estabilidade e dessa forma assegurar e eficiência necessária à prossecução do seu objeto contratual", enfatiza a administração.

O conselho de administração do AA é liderado desde 23 de março de 2012 por Jorge Camões, que partilha as mesmas funções nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, outra das empresas do ramo que integra a Empordef, neste caso em fase de liquidação.

O AA tem vindo a depender nos últimos anos em quase 90% das encomendas de reparação e manutenção programada feitas pela Marinha portuguesa.

PVJ // PMC

Lusa/fim

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