Rui Rio considera encerramento da refinaria da Galp em Matosinhos "ambientalmente positivo"
Porto Canal com Lusa
O presidente do PSD, Rui Rio, considerou hoje "ambientalmente positivo" para a região Norte o anunciado encerramento da refinaria da Galp de Matosinhos, defendendo que no futuro reconversões como estas serão permanentes nas economias nacional e mundial.
"À partida, é ambientalmente positivo para esta região do país", observou.
Salientando não ter ainda informação suficiente para dar uma opinião balizada sobre o assunto, o líder social-democrata, que falava à margem do encontro com a Federação Nacional de Educação (FNE), que decorreu hoje no Porto, indicou que situações como esta vão repetir-se no futuro com a transformação tecnológica da sociedade.
"No presente e no futuro, nós vamos ter permanentemente na economia nacional e mundial situações destas de permanentes reconversões. Há muitas profissões que hoje em dia existem e que vão acabar, há muitas profissões que existiam quando era miúdo e hoje já não existem e no futuro vão ser criadas muitas profissões que ainda nem imaginamos o que são", disse.
Reiterando que, ambientalmente, a decisão da Galp é positiva, Rui Rio considerou que, em termos sociais, é necessário acompanhar a evolução da situação, realçando, contudo, que é preciso haver dinamismo económico na região para absorver os empregos perdidos com esta transformação.
"À partida, a Galp ter como intenção fechar algo que ambientalmente não está bem, é positivo. Não podemos ver mal em tudo. Temos é depois de ver a forma como tudo isso vai ser feito para poder ter uma opinião avalizada, mas à partida a notícia não é má, se for tudo bem feito. A questão social com certeza, como tudo na vida, vamos ter de reparar e de acompanhar", rematou.
A Galp anunciou, na segunda-feira, que vai concentrar as suas operações de refinação e desenvolvimentos futuros no complexo de Sines e descontinuar a refinação em Matosinhos a partir do próximo ano.
Em causa estão 500 postos de trabalho diretos e 1.000 indiretos.
Na terça-feira, o ministro do Ambiente considerou hoje que a Galp "está obrigada a fazer mais do que a lei" no que diz respeito à situação dos trabalhadores da refinaria de Matosinhos, cujas operações serão descontinuadas a partir do próximo ano.
Segundo o ministro do Ambiente, a questão dos trabalhadores da refinaria de Matosinhos compreende "três tempos de ação": o entendimento da empresa com os trabalhadores e com as estruturas que os representam, a ação do Ministério do Trabalho que será chamado, a partir de "março, abril", a complementar as medidas de necessidade social e de reconversão profissional, e, um terceiro tempo que o Governo espera iniciar ainda no próximo ano e que se prende com a aplicação do Fundo para a Transição Justa.
Na sequência do anúncio da Galp, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energias e Atividades do Ambiente (Site-Norte) acusou o ministro do Ambiente de ser um dos responsáveis pelo encerramento da refinaria em Matosinhos, impondo "uma rotura" para demonstrar a Bruxelas avanços na transição energética.