Óbito/Eduardo Lourenço: CNC lembra "o grande pensador do Portugal contemporâneo"
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 01 dez 2020 (Lusa) -- O Centro Nacional de Cultura (CNC) recorda o ensaísta Eduardo Lourenço, que morreu hoje, aos 97 anos, como "o grande pensador do Portugal contemporâneo", que deixa "um legado de exigência, de sentido crítico e de liberdade".
Num comunicado enviado hoje à agência, Lusa assinada pelo presidente do Grande Conselho do CNC e membro da organização desta entidade, Guilherme d'Oliveira Martins, denomina o ensaísta como "o grande pensador do Portugal contemporâneo", para quem "importa assumir um patriotismo prospetivo, orientado criticamente para o futuro".
"A educação, a cultura e a ciência são apostas fundamentais que não podemos perder. Foi um humanista universalista, que nos deixa um legado de exigência, de sentido crítico e de liberdade. Portugal não poderia ficar-se na lembrança das grandezas passadas, mas sim nos desafios futuros", refere.
Aquela entidade destaca ainda que Eduardo Lourenço, "europeísta crítico, considerava ser essencial um empenhamento crítico e exigente numa Europa de liberdade, igualdade e fraternidade".
Eduardo Lourenço Faria nasceu em 23 de maio de 1923, em S. Pedro do Rio Seco, no concelho de Almeida, no distrito da Guarda.
Professor, filósofo, escritor, crítico literário, ensaísta, interventor cívico, conselheiro de Estado, várias vezes galardoado e distinguido, Eduardo Lourenço foi um dos pensadores mais proeminentes da cultura portuguesa.
Licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas, na Universidade de Coimbra, em 1946, aí inicia o seu percurso, como assistente e como autor, com a publicação de "Heterodoxia" (1949).
Autor de mais de 40 títulos, possuiu desde sempre "um olhar inquietante sobre a realidade", como destacaram os seus pares.
"Labirinto da Saudade", "Os Militares e o Poder", "Fernando, Rei da Nossa Baviera", "Tempo e Poesia" estão entre algumas das suas principais obras.
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