1.º de Maio em ambiente de festa em Belém mas com menos gente
Porto Canal
Centenas de trabalhadores, reformados e famílias participam hoje em ambiente de festa nas comemorações do 1º de Maio promovidas pela UGT em Belém, Lisboa, com menos afluência que em anos anteriores, segundo alguns assíduos.
"É verdade que o recinto é muito amplo, mas eu, que sou assíduo desde o primeiro dia, vejo menos gente. E muito será por haver menos poder de compra", afirmou à Lusa Alexandre Crespo, da União dos Bancários do Norte, que veio de Chaves de propósito para as comemorações em Lisboa.
À hora do almoço, o palco era ocupado pela Filarmónica de Figueiró dos Vinhos, que executou desde músicas de Carlos Paião até ao "Grandola, Vila Morena".
Sentada ao sol, protegida apenas com um boné da UGT, Maria Emília Botas também nota menos pessoas na festa do 1º de Maio e avança com a mesma explicação da falta de dinheiro para a viagem, lembrando que "antigamente vinham autocarros e autocarros de gente".
Afirmando-se "triste" com a situação do país, María Emília Botas, reformada da Função Pública questionou "para onde foi dinheiro da CEE" e disse que não está satisfeita "nem com este governo nem com nenhum antes deste".
No entanto, isso é mais uma razão para se deslocar a Belém para comemorar o 1.º de Maio: "Ainda temos a liberdade, mas há muitas pessoas que nem dinheiro tem para viver".
Mais afastado do palco e a ladear o recinto estavam montados os expositores dos sindicatos afetos à UGT, mas à hora do almoço os trabalhadores e famílias concentravam-se nas filas para as bifanas, oferecidas pela organização.
Os dirigentes nacionais da União Geral de Trabalhadores deverão ser chamados a discursar perto das 16:00.