Dezena e meia de manifestantes contesta no Porto abertura do comércio no 1.º de Maio

Dezena e meia de manifestantes contesta no Porto abertura do comércio no 1.º de Maio
| Norte
Porto Canal

Cerca de dezena e meia de pessoas concentraram-se esta manhã no Porto para denunciar a abertura da grande distribuição no 1.º de Maio, no que dizem ser uma "clara afronta aos trabalhadores" que pretendiam "comemorar" este dia feriado.

"Mais uma vez, este ano, as empresas da grande distribuição decidiram abrir no 1.º de Maio, numa linha de confrontação contra os trabalhadores", disse à agência Lusa Jorge Pinto, da direção do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (Cesp).

"Achamos que em Portugal, num quadro de grandes dificuldades, era necessário permitir que os trabalhadores - no dia em que se comemora em todo o mundo o Dia Internacional do Trabalho e está praticamente tudo fechado - pudessem manifestar livremente a sua revolta quanto às políticas que têm sido desenvolvidas nos últimos três anos", afirmou.

Concentrados frente à loja do supermercado Pingo Doce na rua de Passos Manuel, no Porto, os manifestantes pretenderam "denunciar de forma simbólica aos consumidores algumas das realidades e práticas das empresas da grande distribuição", nomeadamente a "desvalorização do trabalho que contribui para o engrandecimento dos grupos económicos, que geram milhões de lucro por ano, mas aos trabalhadores distribuem apenas uma côdea".

"Temos recebido muita solidariedade dos consumidores, a dar-nos força para que continuemos a denunciar esta situação", afirmou Jorge Pinto, considerando que há muitas pessoas "de costas voltadas para esta situação que é abrirem no 1.º de Maio".

Segundo o dirigente sindical, na sequência do pré-aviso de greve emitido pelo CESP para hoje, tal como tem sido feito para os restantes dias feriados, "há muitos trabalhadores que estão a fazer greve".

"Temos conhecimento que, no Grande Porto, oito lojas do Dia/Minipreço encerraram porque os trabalhadores não compareceram. Também muitos trabalhadores no Jumbo, no Continente e no Pingo Doce fizeram grave, embora estas empresas consigam abrir as lojas com um número mais reduzido de funcionários", disse.

De acordo com Jorge Pinto, a decisão do sindicato de emitir pré-avisos de greve para os feriados resulta das várias queixas de trabalhadores de que, com a redução de 100% para 50% da remuneração extra, "não se justifica trabalhar" nesses dias.

"E, no 1.º de Maio, que é um dia simbólico e de luta para os trabalhadores, mais se justificava que não abrissem estas lojas", disse.

Para o CESP, a abertura da grande distribuição no 1.º de Maio -- uma prática que se vem repetindo nos últimos três anos -- ilustra a "total desregulamentação do trabalho no setor".

"A contratação coletiva está paralisada há quatro anos e não negoceiam aumentos dos salários, mas distribuem prémios a alguns trabalhadores, numa atitude de discriminação, dado que a maioria das avaliações não têm qualquer critério nem rigor", acusou o sindicato.

Adicionalmente, refere a estrutura sindical, "nos últimos anos estes grupos económicos exigiram a liberalização dos horários de funcionamento das lojas até às 24:00, com a promessa de se criarem mais postos de trabalho", mas "o que veio a acontecer é que saíram, nos últimos anos, mais de 5.000 trabalhadores para o desemprego".

Caso venha a passar a proposta de lei do Governo para liberalização total do horário de funcionamento do comércio, Jorge Pinto alertou que Portugal será "o primeiro país do mundo com este regime de horários, voltando ao tempo da escravidão".

"Trabalhar todos os dias e a todas as horas, sempre disponível para todo o serviço, é uma clara afronta à estabilidade familiar e emocional dos trabalhadores, pondo em causa os valores essenciais de uma sociedade", sustentou o CESP.

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