Óbito/Ribeiro Telles: Um visionário que deixa um valioso legado - Arquitetos Paisagistas

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 11 nov 2020 (Lusa) - O presidente da Associação Portuguesa dos Arquitetos Paisagistas (APAP), Jorge Cancela, lamentou hoje a morte do arquiteto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles, sublinhando o valioso legado deixado por "um visionário de uma sociedade equilibrada, democrática, justa e sustentável".

Pioneiro da arquitetura paisagista em Portugal, Gonçalo Ribeiro Telles, cuja carreira também se destacou nas áreas da cidadania, ecologia e na política, morreu hoje, em Lisboa, aos 98 anos, revelou à agência Lusa fonte próxima da família.

"Felizmente ainda foi reconhecido em vida, mas só vai ser melhor compreendido à medida que o tempo for passando. Era um visionário, por ter defendido sempre que a questão ambiental é essencial. Dela depende a nossa vida", declarou o presidente da APAP.

Figura tutelar da defesa da ecologia para fundamentar a intervenção na paisagem e no território, Gonçalo Ribeiro Telles foi o responsável pelo lançamento da política de ambiente em Portugal, cuja legislação incentivou quando passou por vários cargos públicos, nomeadamente como deputado e como ministro de Estado e da Qualidade de Vida, entre 1981 e 1983.

Jorge Cancela recordou que o arquiteto paisagista, hoje falecido, "via o ambiente como o suporte da vida, e a paisagem como suporte da memória, fazendo uma ligação muito coerente entre o passado, o presente e o futuro que transportou para a arquitetura paisagista, e também para a área cívica e política".

"É uma inspiração para todos nós, que recebemos agora a grande responsabilidade de defender, desenvolver e promover o seu imenso legado, sempre assumido com sentido de missão", acrescentou, nas declarações à Lusa.

Nascido a 25 de maio de 1922, em Lisboa, Gonçalo Ribeiro Telles é autor de projetos relevantes em Lisboa, como os Corredores Verdes e os jardins da Fundação Calouste Gulbenkian, obra que assinou em conjunto com António Viana Barreto, e que viria a ser distinguido com o Prémio Valmor, em 1975.

Ribeiro Telles licenciou-se em Engenharia Agrónoma e Arquitetura Paisagista, no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa, e iniciou a vida profissional na Câmara Municipal de Lisboa, onde trabalhou com Francisco Caldeira Cabral, com quem viria a publicar "A Árvore em Portugal".

No plano político, participou nas campanhas eleitorais dos movimentos monárquicos populares e, antes do 25 de Abril, apoiou a candidatura de Humberto Delgado, à Presidência da República, e foi candidato nas listas da Comissão Eleitoral de Unidade Democrática (CEUD). No plano cultural, foi um dos fundadores do Centro Nacional de Cultura (CNC), de que era o sócio n.º1.

AG // MAG

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