Oeiras, 29 abr (Lusa) -- A instalação de um espaço destinado à restauração está a ser ponderada para o mercado de Oeiras, de modo a dinamizar o equipamento, segundo o anúncio hoje feito no encontro "Novas Dinâmicas para o Comércio Local", promovido pela autarquia.

António Abreu, do departamento de projetos especiais da Câmara de Oeiras, adiantou que a remodelação pode passar por "fazer o mercado em baixo, com lojas" e "criar um espaço de restauração" no piso superior.

A ideia ainda está em estudo e pode passar pela concessão ou um protocolo com a escola profissional de hotelaria.

O projeto, segundo o mesmo responsável -- que participou hoje no Palácio do Marquês de Pombal, no encontro "Novas Dinâmicas para o Comércio Local", que juntou comerciantes e técnicos de Oeiras e autarcas e especialistas de Águeda e de Guimarães -, visa dinamizar o comércio tradicional e atrair novos públicos ao centro histórico, criando "uma dinâmica de usufruto mais forte".

Na ocasião, o vereador Edson Santos, da Câmara de Águeda, apresentou o projeto "AgitÁgueda", ou como a iniciativa de pendurar chapéus-de-chuva coloridos no centro da cidade animou o comércio local.

O projeto, inspirado numa cidade brasileira, estende-se ao mobiliário urbano e foi concebido a par de um programa de animação cultural.

"É importante o investimento na cultura, porque mais cedo ou mais tarde vai ter retorno", afirmou o autarca, que defendeu ainda que "os carros têm de sair da cidade" para facilitar a acessibilidade das pessoas ao comércio e aos equipamentos públicos.

Fernando Luís Martins, responsável pelo projeto "Pop Up Culture", desenvolvido em Guimarães, no âmbito da Capital Europeia da Cultura 2012, apontou alguns exemplos de intervenção urbana que podem contribuir para dinamizar o comércio e a vida no centro histórico.

A iniciativa "Isto é uma Praça", num espaço fabril abandonado da cidade, permitiu requalificar antigos tanques de tratamento de peles e devolver o património arqueológico industrial aos moradores e visitantes.

O conceito foi mais longe na "Pop Up Retail", com instalações artísticas em lojas devolutas no centro histórico, numa ótica de "tratamento do espaço urbano com baixo custo".

O vice-presidente da Câmara de Oeiras, Carlos Morgado, manifestou-se convicto de que a troca de experiências e o debate de ideias pode servir para "resolver os problemas do presente e projetar o futuro".

O autarca considerou, no entanto, que "o comércio local não se tem adaptado às novas realidades", deixando poucas alternativas às populações para optarem pelas grandes superfícies.

Um dirigente da Associação Comercial e Empresarial dos Concelhos de Oeiras e Amadora (ACECOA) revelou que está em curso "um projeto de meio milhão de euros só para Algés", com vista à remodelação do comércio tradicional, uma iniciativa que pretende acompanhar a recuperação do mercado local.

Inácio Ramos, comerciante há 31 anos em Paço de Arcos, criticou que a zona "está uma miséria" e acusou a autarquia de não fazer nada para alterar a situação.

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