25 Abril: Vasco Lourenço diz que Governo "tem de ser apeado"
Porto Canal / Agências
Lisboa, 25 abr (Lusa) - O presidente da Associação 25 de Abril, Vasco Lourenço, defendeu hoje que é preciso apear o Governo, de preferência por iniciativa do Presidente da República, que acusou de continuar a ser "mero assistente passivo ou mesmo conivente".
No discurso durante a evocação a Salgueiro Maia, no Largo do Carmo, em Lisboa, Vasco Lourenço defendeu também que é preciso "retornar às Presidências de boa memória de Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio".
"Ou muda urgentemente de política e inverte o caminho de submissão, austeridade e empobrecimento do país, ou este Governo tem de ser apeado sem hesitação", declarou, numa cerimónia em que estiveram presentes Mário Soares e Manuel Alegre.
Para Vasco Lourenço, essa demissão do Governo deveria realizar-se "de preferência por iniciativa do Presidente da República que continua a ser um mero assistente passivo ou mesmo conivente, tardando em fazer uma leitura consequente da situação que se vive em Portugal".
A referência de Vasco Lourenço a Cavaco Silva provocou apupos entre os milhares de pessoas concentrados no Largo do Carmo.
Quando no início da sua intervenção o presidente da Associação 25 de Abril fez referência à Assembleia da República e ao discurso que lá poderia ter proferido, ouviram-se também muitos apupos.
"Temos que ser capazes de aproveitar as armas da democracia e mostrar aos responsáveis pelo estado a que isto chegou um cartão vermelho que os expulse de campo. Não duvidemos que temos de ser capazes de expulsar os vendilhões do templo", desafiou.
O presidente da Associação 25 de Abril defendeu também que é preciso "ultrapassar os sectarismos".
"Temos de ter a capacidade de reconhecer o inimigo comum mesmo antes de sermos totalmente derrotados. Vencendo o conformismo, termos de ser capazes de resistir de novo, reconquistar as utopias, arriscar a rebeldia e renovar a esperança", declarou.
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