FMI confirma crescimento de 1,2% e desemprego de 15,7% em 2014
Porto Canal
O Fundo Monetário Internacional (FMI) confirmou hoje as previsões já avançadas pelo Governo, antecipando que a economia portuguesa cresça 1,2% este ano e que a taxa de desemprego atinja os 15,7%.
De acordo com o relatório sobre a 11.ª avaliação regular ao Programa de Avaliação Económica e Financeira (PAEF) de Portugal, hoje divulgado, o FMI reviu em alta as suas estimativas face ao último exame regular, esperando agora um crescimento de 1,2% em 2014, e não de 0,8% como anteriormente previsto.
O Fundo alterou também as suas previsões para o desempenho das várias componentes do Produto Interno Bruto (PIB): as exportações deverão crescer 5,5% (contra os 5% anteriormente estimados), um comportamento que será em parte anulado pelo crescimento mais acentuado das importações, que deverão subir 4% e não apenas 3%.
A instituição liderada por Christine Lagarde melhorou também as perspetivas para o consumo privado, de 0,1% para 0,7%, e espera agora que o consumo público caia 1,6% e não 2,5% como previsto na décima avaliação.
Quanto ao investimento, o FMI calcula que este aumente 3,1%, contra o crescimento de 1,2% anteriormente previsto.
Também as estimativas do desemprego foram melhoradas: na décima avaliação, o FMI antecipava que a taxa de desemprego atingisse os 16,8% este ano e agora prevê que seja de 15,7%.
Para 2015, o Fundo antecipa um crescimento de 1,5% e uma taxa de desemprego de 15%, um valor ligeiramente acima do anunciado pelo Governo na semana passada, altura em que o Executivo disse esperar uma taxa de desemprego de 14,8% no próximo ano.
Já para 2019, o último ano das projeções hoje apresentadas, o FMI espera que a economia portuguesa esteja a crescer 1,8% e que continue com uma taxa de desemprego de dois dígitos, de 12,9%, embora preveja uma queda continuada do desemprego.
O FMI concluiu na quinta-feira a 11.ª avaliação ao programa de resgate português, tendo aprovado o desembolso correspondente, de cerca de 851 milhões de euros, depois de o Governo ter cumprido a ação prévia que lhe foi pedida: a apresentação das medidas de austeridade a aplicar em 2015 para fazer baixar o défice para os 2,5% do PIB no próximo ano.