Governo e empresários querem baixar custos energéticos e de financiamento

| Política
Porto Canal / Agências

Lisboa, 19 jun (Lusa) - A redução dos custos de financiamento, do preço da energia e o aumento da competitividade do mercado interno foram definidos como prioritários para estimular o crescimento económico, num encontro entre o ministro da Economia e gestores de grandes empresas.

"São necessárias medidas adicionais para reduzir os custos de financiamento, o preço da energia, e aumentar a competitividade do mercado interno", afirmou hoje aos jornalistas Álvaro Santos Pereira, ministro da Economia e Emprego, no final de uma reunião de duas horas e meia com os líderes de 16 das maiores companhias portuguesas, em Lisboa.

Estas iniciativas são, segundo o governante, "fundamentais para estimular o crescimento".

Santos Pereira revelou que as grandes empresas se mostraram disponíveis para apostar na produção nacional, ao mesmo tempo que querem servir de âncora às pequenas e médias empresas (PME) no âmbito da internacionalização.

No que toca à parte fiscal, o ministro defendeu que "tem que haver um acordo de regime sobre a fiscalidade", alargado no tempo.

"Temos que baixar o IRC de forma sustentada e duradoura. É fundamental termos estabilidade fiscal nos próximos anos", realçou, considerando que só assim será possível atrair investimento externo para Portugal.

Sobre o financiamento, Santos Pereira frisou que existe "uma desvantagem competitiva" para as empresas portuguesas quando comparadas com as suas congéneres europeias, devido às taxas cobradas pela banca em Portugal, superiores às praticadas em boa parte dos parceiros europeus.

"Por isso, é fundamental diversificar as fontes de financiamento", sublinhou.

"As grandes empresas estão interessadas no apoio ao reforço dos capitais próprios", revelou o governante, explicando que uma das medidas discutidas foi a concessão de "benefícios fiscais para quem reinvestir os seus lucros".

Paralelamente, Santos Pereira adiantou que o Governo vai fechar nas próximas semanas a linha de crédito para PME, superior a mil milhões de euros, cujos últimos detalhes estão a ser negociados com a Comissão Europeia e com o Banco Europeu de Investimento (BEI).

Relativamente ao 'banco de fomento', a instituição financeira de desenvolvimento que o Executivo pretende lançar para ajudar a resolver as condicionantes existentes no acesso ao crédito por parte das empresas, Santos Pereira revelou que poderão haver novidades em breve.

"Ficou definido que, em 120 dias, o grupo técnico - que integra elementos dos ministérios das Finanças, da Economia e do Desenvolvimento Regional - vão apresentar o modelo em causa. O KfW [banco de desenvolvimento alemão] e outras instituições internacionais estão a colaborar connosco e, quando houver novidades, serão anunciadas", garantiu.

Nesta reunião, que foi a primeira de uma série de encontros que o Governo quer promover junto dos empresários, foram apresentadas algumas propostas que poderão ser incluídas na Estratégia de Fomento da Industrialização para 2013-202, admitiu Santos Pereira.

Quanto aos custos energéticos, o ministro disse que os países europeus têm que encontrar formas de os reduzir, já que estão a penalizar a competitividade do tecido empresarial europeu comparativamente com as companhias norte-americanas e asiáticas.

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