Covid-19: Escolas de dança querem redefinição de regras para retomar atividade

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 31 mai 2020 (Lusa) -- A Plataforma das Escolas de Dança de Portugal quer que o Governo reconheça a especificidade desta atividade e reveja as regras definidas para permitir a sua reabertura e desconfinamento, a partir de segunda-feira, disse o representante da estrutura.

Em declarações à agência Lusa, o representante da plataforma, Pedro Fidalgo Marques, disse que este setor cultural está "invisível" depois de ter sido dos primeiros a fechar no inicio da pandemia de covid-19 em Portugal e criticou o Governo por não o ter consultado para definir regras que permitam manter a atividade com a sua especificidade e garantir toda a higiene e segurança para evitar novos casos de infeção pelo novo coronavírus.

A mesma fonte lembrou que em Portugal há 500 escolas de dança, 70.000 alunos e 5.000 profissionais e o setor conta com praticantes dos dois aos 90 anos, que trabalham para ser bailarinos profissionais, amadores ou fazem da dança o seu passatempo e a utilizam para fazer a atividade física.

"Acreditamos que podemos manter a nossa atividade com toda a segurança e gostávamos que as regras fossem revistas", disse Pedro Fidalgo Marques, frisando que muitas das escolas "podem não subsistir" se as regras não forem alteradas, porque nas condições atuais "não lhes compensa" reabrir.

Este porta-voz salientou que "há também muitas pessoas que vivem da dança" e considerou que "é possível haver contacto físico, desde que sejam cumpridas regras de segurança", dando o exemplo da "dança de pares, utilizando máscara e viseira".

A posição da plataforma, que segundo o seu representante "agrupa escolas de todo o território nacional, desde o Algarve ao Minho", foi hoje comunicada em carta aberta dirigida ao presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ao primeiro-ministro, António Costa, aos presidentes de Câmara e de Juntas de Freguesia do país.

"Após dois meses e meio encerradas, as escolas de dança têm autorização para abrir a partir de 01 de junho [segunda-feira]. Contudo, ninguém nos ouviu nem fomos considerados na elaboração das recomendações para o setor. Fomos englobados nas atividades desportivas como se uma aula de grupo de um ginásio fosse igual a uma aula de grupo de dança", pode ler-se na missiva.

A mesma fonte lembra também o papel que estas organizações têm na "coesão territorial" e na dinamização das comunidades, pelo que um eventual encerramento fará a "economia local ressentir-se", dificultando uma retoma.

"Neste sentido, a Plataforma de Escolas de Dança de Portugal vem pedir que as orientações da Direção-Geral da Saúde sejam adaptadas à realidade do ensino de dança e sejam promovidos apoios para o setor", referem as escolas de dança na carta aberta.

A carta propõe, por isso, às autoridades a adoção de um conjunto de regras que permitem respeitar as particularidades da prática da dança, manter a segurança e saúde dos praticantes e garantir a subsistência das escolas.

Além das regras de distanciamento e higiene e segurança, a carta inclui também um conjunto de propostas de âmbito fiscal e económico que permitem aliviar e ajudar a economia das escolas de dança e ajudá-las a ultrapassar este período de perdas motivado pelo encerramento forçado devido à pandemia de Covi-19.

 

MHC // SB

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